Dizem-me que é do lítio...Como sou um bocadinho acelerada, falo muito rápido, quero fazer tudo ao mesmo tempo... Isto para contar outra história, de há uns anos, quando, pelo jornal A BOLA, passava semanas em Vale do Lobo a fazer a cobertura de um charmoso torneio de veteranos, com grandes nomes do ténis mundial que, já aposentados, ainda davam belas abadas aos rookies das raquetas. No luxo do complexo algarvio sucediam-se os cocktails, as conferências, brunchs e meetings onde sempre surgia o então administrador. Um holandês já entradote que engraçava comigo. Diziam elas. Quando era preciso fazer conversa de sala, lá ia eu. Entrevistas para o senhor ficar satisfeito, lá ia eu. Disseram-me uma vez que pessoas com excesso de lítio atraem as que dele já têm falta, como as pessoas de mais idade. Num desses cocktails, uma gigantesca garrafa de champanhe passou a manhã a luzir ao sol. De repente, a rolha do champanhe saltou, sozinha, a grande velocidade e acertou-me em cheio num olho. Soltei um valente berro e ficou tudo a olhar para mim (lá se foi a compostura e a classe). Seria também o meu lítio a atrair a cortiça?