Bem, incendiar também não é o termo! Andava eu no liceu de Beja, era uma songa monga do pior, quando, durante um furo no horário, fui fazer tempo para um café chamado Chargel, bem do outro lado da passadeira (o café até já fechou). O espaço era assim para o comprido mas tinha umas escadinhas que davam acesso a três mesinhas apenas num minúsculo andar em cima. Lá me sentei. Sob a mesa havia aqueles porta guardanapos de papel: aqueles de papel muito fininho, todos coladinhos atrás uns dos outros. Entediada, comecei a brincar com um isqueiro. Que pegou fogo ao primeiro guardanapo, que queimou o segundo, que passou para o seguinte e quando dei por mim havia bolas de fogo a subir pelo ar. Saí, de fininho, quando comecei a ver as chamas a pegarem aos cortinados. Era muito estúpida. Mas, note-se, no intervalo seguinte tive a preocupação de lá ir espreitar para ver se estava tudo bem. E estava! Desculpa pai!