Vejam bem o despautério. Fui detida em Beja aos 16 anos. Crime: estar a jogar tetris numa sala de jogos sendo menor de idade (naquele salão da rua dos táxis entre o Museu e as Portas de Mértola- os bejenses percebem!) Também, desde já garanto - estava lá sempre batida. Eu e a minha amiga Ana (que agora até muda de passeio para não me falar- não percebo que bicho lhe mordeu [eu não fui]).
Voltando à história: efetivada a detenção só pensava: ai o mê pai....Mas pior estava a Ana. Enquanto seguíamos rua abaixo tentando disfarçar a companhia do polícia, a minha então melhor amiga não se calava: «Não posso dizer que o meu pai é da Base que isto das autoridades conhecem-se todos...»
Lá chegamos à esquadra em pânico.
Estupidez das estupidezes, deixaram-nos toda a tarde a mofar numa sala escura (e a Gertrudes à minha espera para jantar que quando passava das sete e meia já havia descompostura).
Até que puseram fim ao nosso calvário. A Ana estava tão nervosa que quando lhe perguntaram o nome do pai ela disparou: «Primeiro Sargento da Base de Beja!»
Lá se foi o cuidado com o esconder da filiação! (A Gertrudes nunca soube!