Respeito as religiões e credos de todos e espero não ofender os católicos praticantes. O que aqui se narra é apenas só mais uma inconsciência de uma adolescente que tinha pouco que fazer na profunda planície alentejana. 'Atão', Beja nunca foi só fardos de palha - chegaram a perguntar-me, quando fui para a Universidade, se na Pax Julia havia árvores (dah) - mas também nunca foi cidade onde houvesse, propriamente, grande animação diária. Daí que tivessemos de inventar. Até que ficou a saber-se um belo domingo que a missa na Igreja da Sé tinha transmissão televisiva. Ora que mais podia eu fazer, com a minha amiga Ana, senão tentar aparecer na caixinha mágica? Lá fomos as duas feitas mongas e quando chegou a altura de comungar fomos ambas para a fila dos fiéis. Nunca me tinha proposto a tal coisa (até porque não fiz a primeira comunhão) e depois de receber a hóstia voltei para o lugar a mastiga-la. Grande safanão levei eu de uma velhota, escandalizada. Só depois a Ana me explicou que devia deixar desfazer na boca o pão de Deus. As minhas sinceras desculpas.