Resumindo e baralhando: devo mesmo ter sido concebida numa noite de trovoada! Se para determinadas coisas sou superobservadora e atenta, para outras sou tão despassarada que as pessoas podem levar-me a mal. Como pode ter sido o caso do Albano. O Albano era um contínuo de A Bola que, cada vez que me via soltava um sonoro :” alentejanita”! Eu respondia com o meu sempre: atao Albano, ou com qualquer outra pachovada das minhas. Um dia cruzamo-nos no corredor. Cumprimentamo-nos mas olhei para trás. E lá meti a argolada: «Atão Albano, parece que hoje está coxeando!», interpelei-o. Ele fez cara de poucos amigos: «Ai sim???» Isto passou-se. Horas mais tarde comentei com a malta o sucedido. «Sério Elsa, que nunca tinhas reparado que ele mancava?», gozaram-me. Que eu não coma mais amêndoas com pele se minto quando digo que nunca tinha percebido!!! Ainda vou a tempo - desculpe Albano, que nunca quis gozar consigo!
O sistema nervoso sempre foi o meu calcanhar de Aquiles. Se me descontrolo, não há nada a fazer: é barraca na certa! Agora que me dedico a registar as minhas peripécias enquanto jornalista, volto ao Grand Champions de Vale de Lobo, torneio de ténis de veteranos. Um ano houve em que o carismático ex tenista foi a cabeça de cartaz. Claro! Nós, A BOLA, enquanto jornal oficial, tínhamos direito a privar uns minutinhos com os tenistas para pequenas entrevistas. McEnroe não me estava destinado, estava sim incumbido de ser entrevistado por uma colega. Estava eu descansada quando, por tudo ter-se adiantado, McEnroe já estava à espera. Lá tive eu de enfrentar a fera, com pouca ou nenhuma preparação (erro crasso).
Apesar do enorme privilégio, foi a entrevista mais sofrida da minha vida. Simpático como ele só (estou a gozar e a falar como os de Corte Gafo que dizem tudo ao contrário), nem para a minha trombinha olhou. Os Yes e No sucediam-se a toda e qualquer pergunta, e estar ali sentado ao meu lado ou estar na fila do pão era igualzinho. Mas arranquei-lhe um sorriso no fim: estava tão nervosa e constrangida que ao despedir-me disse-lhe: obrigada pelo tempo que me tomou (em vez de obrigada pelo tempo que me dispensou)! Deve mesmo ter pensado: que grande tansa!
A minha irmã Isabelinha faz anos! A minha guru! Sempre nos adoramos, ainda que só tenhamos ficado mesmo amigas já depois de mulheres. Em adolescentes todos os dias havia bordoada da grossa (eu ganhava sempre!) Mas reconheço que sempre fui uma grande melga. Uma realíssima lapa! Muito me aturou ela. Até fui atrás dela para a mesma Universidade. O que me recorda a vez em que, no aeroporto de Faro (já nem sei o que lá fomos fazer), um colega dela, bem alcoolizado, por sinal, em plena semana académica, se virou para o meu pai e lhe disse: «Sr. Bicho você devia ter os co%&/3#es num museu!» Parece que estou a ver a cara do Chico Bicho!!!
Mas o rapaz tem razão, mana! Pelo menos no que à parte do teu fabrico respeita que eu já saí meio esfrangalhada! Parabéns Isabelinha! Sempre foste a minha mana preferida (e única)!