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Bichanando

Onde uma sempre jovem quarentona limpa o cotão que tem no cérebro!

Bichanando

Onde uma sempre jovem quarentona limpa o cotão que tem no cérebro!

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Cada vez tenho mais a certeza que apenas nasci - além de ser para fazer a humanidade mais rica e feliz - para ser mãe da Caetana!
A minha Piqui - diminutivo de Piquirrita, invenção do meu pai Bicho que tem dom para inventar alcunhas que nada têm a ver com os nomes próprios (eu a e a minha irmã somos escarapintins!) - é já uma senhorita, cheia de vontades, de certezas e manhas.

Ao refletir na velocidade com que o tempo, realmente, passa lembrei-me de outra situação caricata do meu parto (além das outras quatro barracadas que já vos relatei em posts anteriores).
Quando ainda esperava que as contrações fossem mais fortes até poder levar epidural - altura em que chamava pelo Zé Luís, diziam-me que ele tinha ido almoçar e eu jurava-lhe pela pele gritando que devia ter ido comer marisco tal o tempo que demorava (afinal o homem estava no corredor e nunca saíra dali) - uma enfermeira, solidária com a minha dor de mãe de primeira leva, aconselhava-me: «Não se encolha quando sentir as contrações. Pelo contrário, estique-se. Vai ver que as suporta melhor.»

Assim fiz. E como sou sempre exagerada, cada vez que vinha uma ferroada esticava braços e pernas, em estrela. Conseguem imaginar-me: deitada de costas com as duas pernas no ar firmes e hirtas, bem como os braços jogados para o céu...tudo à mistura com o ai, ai, ai..

Recordo-me que, com a porta aberta, as pessoas olhavam e paravam para ver a minha triste figura.
Ouvia eu: «Epa, já vi malta a gritar, a rastejar, mas isto nunca tinha visto - olha esta toda esparramada!»

Mas valeu a pena. Agora que vejo que a minha Super Piqui Putchi Pupu Bubble Chipi Nana (como lhe chamava eu em bebé) já tem oito aninhos, confesso que tenho pena de não ter mais filhos.
Mas com cesariana, faz favor, para ficar com cicatriz bem grande e linda!