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Bichanando

Onde uma sempre jovem quarentona limpa o cotão que tem no cérebro!

Bichanando

Onde uma sempre jovem quarentona limpa o cotão que tem no cérebro!

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Então, pois, que agora zumbo! Qualquer dia corro e faço maratonas (in my dreams!)
Lá vou eu todas as sextas para a minha coletividade, abanar-me ao som de ritmos latinos, funks e essas coisas modernas de agora. A malta ri-se e passa ali um bom bocado. Transpira-se! Na última aula da Sónia Vasconcelos- já vos disse que é uma linda tufão de olhos azuis?- a nossa enérgica instrutora reuniu o grupo, agradeceu o convívio deste ano que hoje termina e deixou palavra especial a uma novata nas zumbices - virgens como ela lhes chama. Contava a Sónia: «Ela é uma colega minha na escola [a Sónia é professora] que quando a vi...»
Eu, metediça, parva, nem a deixei acabar. E como a miúda em questão era pequenina e baixinha, gritei logo para completar a frase: «...quando a viste pensavas que era uma aluna!»
Resposta da doce tufão: «Não que os meus alunos são de ensino especial!»
Ups! Mais uma bela oportunidade para estar calada Elsa Marina. 
E com mais esta calinada me despeço de 2018, ano em que criei este meu Bichanando. Ano em que a minha vida mudou.
2019 será para mim de grandes desafios e , espero eu, de mais umas quantas patacoadas, barracadas e entradas de carrinho para aqui continuar a esparvoeirar. Divirtam-se. Um excecional novo ano, cheio de realizações, música, dança, desporto e muitas, muitas gargalhadas!

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Prefiro levar uma sova de cinto a meter-me nestes dias de festa nas grandes superfícies. É que me comunica com o sistema nervoso. A malta parece que se transforma com a fuçanguice. Credo! Por Dios!
Mas o que tem de ser tem muita força (leia-se a minha amiga Susana Batista) e em vésperas de Natal lá fui até à Primark (passo a PUB que não ganho nada com isso, infelizmente). Deve ter sido a segunda ou terceira vez que lá fui mas assim que entrei recordei-me logo da primeira vez que entrei naquela gigantesca loja cheia de formigas de um lado para o outro (leiam-se pessoas). Pois que estava eu na Primark, há já uns bons anos, mergulhada numa pilha de roupa, quando o meu telemóvel tocou. Por norma não atendo números privados, para mais num sítio que parecia casa de loucos. Mas acabei por atender. «Estou, sim, quem fala? Quem? Vítor Serpa [diretor de A BOLA]... Deve ser, deve....Vá quem fala?», gritava eu, tapando uma orelha a ver se filtrava o ruído. E não é que era mesmo o diretor do jornal? Nunca me ligara e naquele dia quis dar-me os parabéns por uma entrevista que tinha feito ao Fittipaldi. Nem imagino, com tanta barulheira e brutidade, o que terá imaginado que eu estava a fazer....Nunca mais me ligou, curiosamente. Mas não deve ter sido por isso...

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Eu até nem queria contar mais peripécias do meu Bicho, mas ele desafiou-me e eu não me fico. É que há tantas....O meu pai tem um termo característico quando se aleija - «Bolas!» Nunca nos foi permitido dizer asneiras - abria-nos logo os olhos cá de um modo...e o Bolas sempre foi a sua forma muito própria de praguejar. Não poucas vezes morde a língua e a boca, por dentro, de lado. E lá sai um Bolas musicalizado com um cerrar de dentes, género tr tr tr tr tr tr.
Um belo dia, conta ele que ninguém viu, o Francisco Bicho ia na portas de Mértola - centro de Beja sem trânsito - e, como anda sempre em campanha (ou seja a cumprimentar tudo e todos), distraído, arrancou um lanho da cabeça ao chocar com um sinal de prioridade numa esquina. «Bolas, foi cá uma fuerada!», conta. Mas graça, graça acho mesmo ao imaginar que, nas mesmas Portas de Mértola, o Chico Bicho levou uma «castanha» daquelas motoretas antigas que têm uma caixa atrás. Conta o meu pai que ele ia na sua vidinha, e as portas da caixa traseira da motoreta abriram-se no exato momento em que ele ia a passar, 'atropelando-lhe' um braço. «E o homem nem parou. Nem reparou. Bolas! Tr tr tr tr tr tr»:
Bates-me aos pontos pai!

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Leram o meu Bichanando de ontem - aquele em que contava que o meu pai Bicho queria abrir a porta do prédio por estar a ouvir uma campainha num vídeo do Facebook? São umas a seguir às outras....
Ainda nós estavamos a rir, à mesa do Natal, de imaginar a situação quando o belo do Bicho voltou a fazer das suas. pai é padrinho da sua primeira sobrinha e quando telefona a Cahita...ai, ai. Pois que a minha prima Carla ligou para o telefone fixo da minha irmã, mas, com a risada e a estroinice, quando o meu pai chegou ao telefone já ela desligara. Ainda assim o meu pai pedia ajuda.
«Não consigo atender isto...»
«Carrega no verde!»
Ouviu-se de novo o telefone.
«Estou sim! Estou! Touuuuuu» 
O Bicho não desistia de ouvir a afilhada. Acontece que a minha prima voltara a ligar mas para o telemóvel e o bom do Bicho continuava agarrado ao telefone fixo, achando que era aquele que continuava a tocar. «Ó pai, é o telemóvel!»
E depois para ele parar de rir? Chora, chora, fica com os óculos embaciados e tem de puxar do lencinho de pano do bolso das calças. É um prato!

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Ai pai - que barrigada de rir no Natal. O Francisco Bicho, já de si e da sua natureza, é um prato! Qualquer história lhe lembra uma anedota, qualquer tema o recorda de uma piada, todos os assuntos o conduzem a uma música. Mas agora, com a idade, está cada vez mais engraçado (leia-se pior).
O que nos rimos com a Gertrudes a contar o episódio.
Pois que o Bicho tem uma loja de loiças e utilidades em Beja e, há anos, teve a bela ideia de colocar no estabelecimento uma daquelas campainhas de sensores para saber quando alguém entra ou sai. Aquelas campainhas muito irritantes, que fazem grande chinfrineira. Pois que ultimamente o Bicho tem um grande novo amigo - o Facebook-, e decidiu fazer um filme da loja para melhor mostrar os artigos em exposição e venda. Estava ele a olhar o vídeo e a mostra-lo à minha mãe quando começou a descer as escadas do prédio.
«Frasquinho, que vais fazer?»
«Vou abrir a porta! Estão tocando!»
«Estão tocando o quê, homem, não vês que é a campainha da loja que se ouve aí do vídeo?»
Já choravamos só de imaginar o Bicho, com o telemóvel na mão, a ver o vídeo, a ouvir a campainha e, mesmo assim, a descer as escadas do prédio que «estavam a bater à porta lá em baixo...» 
Abençoado seja!

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