Só mesmo com uma toalha molhada pela tromba. Em mim própria. Porque sou tão monga e alvoreada desta cachimónia? Sabem aqueles dias de intensa rigeza que se fizeram sentir aí há dias? Fui logo buscar a minha ovelha vermelha em forma de casaco. É leve e quentinho, ótimo para andar enfiada nos estádios de futebol que demoram como o caraças para secar: poças e charcos em todo o lado. Até nos bancos. Apareceu o sol com força e eu, jeitosa como tudo, despi-me e atirei com o belo do casaco sem perceber que lhe estava a mergulhar a manga numa poça. Lá veio um amigo alertar-me para o sucedido, lá pus o casaco ao sol...
Vou à minha vidinha. Na rua encontro uma amiga: bla, bla, bla, os putos.... o Belenenses (ora!),: «O que cheira?», perguntou ela.
«É alfazema - agora ponho um óleo no cabelo para afastar os piolhos que anda lá uma praga...»
«Não! Cheira mesmo a mofo! Sabes quando guardamos roupa molhada que fica com aquele cheiro mesmo nauseabundo, de águas paradas, cheiro de raízes...»
«Não faço ideia...não sinto nada. Não imagino do que seja», respondi, cruzando os braços atrás!