Verdade seja dita - nós, mulheres, quando encasquetamos com alguma coisa, perdemos a noção do razoável.
Sabem aquelas calças de ganga preferidas que já estão todas estropiadas mas que não conseguimos deitar fora? Aquelas que o fecho já não cola a braguilha e que temos de usar sempre com camisolas compridas para não dar barraca?
Também tenho umas assim e, mesmo que se rasguem, vou continuar a usa-las.
Bem, é verdade que já me fazem sentir mais gorda já que quando o zipper começa a abrir, lembro-me que, se calhar, podia trabalhar mais a minha proeminência abdominal.
Mas lá fui ao café, com as minhas calças de há anos. Com blusa comprida a tapar que, felpuda, se enganchava na filha da mãe da alsa da mala.
Encostada ao balcão, pensava na vidinha. Putos pediam bolos (logo de manhã, que raio de mania), quando um pequenote, todo contente, fez questão que toda a gente ficasse a saber:
«Tens o fecho aberto!»
«Sim está estragado», respondi, fazendo-lhe um cafuné, sem vontade alguma, com vontade, sim, de dizer-lhe: e se te calasses?
...E os olhares de todos a pensarem: «está estragado está....já foste foi mais magra.»
E assim se estraga o início de uma nova semana! Bolas!
Tal não é a moenga...