Há pessoas muito queridas ,não há?
Não, não estou a falar de mim!
Sabem aquelas pessoas que, por tudo o que já passaram nesta vida, mereciam ser a felicidade em pessoa? Assim é a Dona São - uma bonita senhora de olho azul, que deseja bem a todos e que é a primeira a aparecer quando a ideia é ajudar. Pois que também não falha uma exibição da sua ginasta - coleguinha da minha Caetana nos Moinhos.
Há tempo, tivemos um sarau em Torres Vedras. A Dona São, refira-se, é ainda conhecida pelos seus maravilhosos (dizem!) rissóis e fritos. Qual não é o meu espanto quando, a horas de lanche, na bancada, enquanto esperavamos pela melhor das exibições (!) a bela da senhora puxa de um tupperware cheio da dita iguaria para dar a malta. Cristo! Que simpatia. Olhou para mim - como quem pensa - escuso de oferecer-lhe que sei que não quer.
Lógico, não como fritos há 18 anos. Bem, diz-me a minha amiga São: «Acha que me esquecia de si?» E puxa de uma caixinha cheia de doces mirtilos. Digam lá se as pequenas atenções não significam o mundo? Adorável a dona São .
Ilação 1: a humanidade não está perdida porque ainda há pessoas de enorme coração.
Ilação 2: água mole em pedra dura tanto bate até que fura - tanto melgo o pessoal com a história da alimentação saudável, da baixa ingestão de frutas e legumes, do excesso de açúcar que dão às crianças entre gomas, bolos, gelados e afins, que já fazem de tudo só para não me ouvir.
Uma coisa é certa: os mirtilos desapareceram mais depressa que os rissóis.
Bem haja Dona São!
Tal não é a moenga...