1 de Maio - dia do trabalhador e do aniversário do meu cunhado Toninho - bêjos moço, muitos parabéns e que a idade te alivie a hérnia (em ti, tudo é possível).
Mas 1 de maio, para quem gosta de desporto, lembra a fatídica morte de Ayrton Senna (1994) no grande prémio de San Marino. Apesar de perceber que o brasileiro era um piloto do caraças, eu cá, tinha-lhe um ódio de estimação. Passo a explicar: cá em Lisboa vivem os meus tios/padrinhos de quem sempre fui muito próxima.
A minha tia Dulce, hoje com 87 anos, e o meu tio Gino - Jesuíno de seu nome! Nunca tiveram filhos e sempre acarinharam muito aqui a afilhadinha Elsinha. Acontece que a minha tia Dulce tinha uma adoração maluca por Senna. Acordava de madrugada para ver os grandes prémios, não falava de mais nada a não ser da Fórmula 1 e do seu Senna. Até eu lhe ofereci a biografia de Senna no aniversário.
Os meus ciúmes começaram a adensar-se quando um belo dia chego a casa dela e, onde antes estava a minha fotografia, passou a estar moldura com a imagem do seu Ayrtonzinho. Aliás, pôs a foto dele à frente da minha, refundindo-me para trás do relógio da mesinha de cabeceira. Arghhhhh...
Quando morre Senna, o meu primeiro pensamento foi: ai a tia Dulce!
E estava inconsolável. Fui lá bater à porta e recebeu-me com olhos de boga de tanto chorar. O que aquela mulher sofreu. Chorou tanto, tanto....toda a família lhe ligou para saber como estava, não fosse sentir-se mal com o desgosto. Hoje chora por outras agruras. E tem muitas.
Mas sempre senti Senna como da família. Como se fosse Ayrton Bicho ou, melhor, Ayrton Galamas que a Dulce é irmã da Gertrudes, não do Bicho. Para mais o piloto não era nada feio, podia ter o ADN da família!
Agora só estou eu na mesinha de cabeceira da tia Dulce! Infelizmente!
Tal não é a moenga...