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Bichanando

Onde uma sempre jovem quarentona limpa o cotão que tem no cérebro!

Bichanando

Onde uma sempre jovem quarentona limpa o cotão que tem no cérebro!

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Já vos disse que as Minas de São Domingos são um oásis perdido na planície? Ali depois das curvas de Mértola, depara-se-nos a Tapada Grande. Água quente, areia fininha, caracóis...
Estava eu com os pés de molho - sim, que primeiro que mergulhe derreto com o braseiro cá fora-, quando chegam dois casalinhos enamorados. Ao menos pareciam. Um dos casais entra dentro de água e põe-se aos 'meles', o outro estava ainda em conversações. Ele escuro que nem tição, ela branca como lixívia.
Não que seja do meu feitio estar a ouvir as conversas dos outros, mas era inevitável não estar atenta aquele engate alentejano...
«Atão, não veins à água?»
«Está muito fria...»
«Queres que eu te carregui 
«Não, não faças isso.»
«Estás com medo que te dê uma amona?»
«Uma quê?»
«Uma amona, não sabes o que  isso éi 
«Ah, percebi outra coisa...»
«O que é que percebestis 
«Uma amora...»
«Eu não sou cá de amoras... sou mais de amoris
«....»
«Não queres mesmo que te carregui 
«Sério que não...»
«Vais perder a tua oportunidadi...E olha que até nem engraço com branquelas. Só com minis.»
«Também não bebo»
«Porra que não há quem te contenti...»
E não ouvi mais...
Que pena...queria tanto saber se se entenderam...
Tal não é a moenga...

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Adoro! Fui passar o último fim de semana às Minas de São Domingos. À praia fluvial da Tapada Grande, um maravilhoso aproveitamento de um lindo paraíso no meio do Alentejo profundo.
Há mais de 30 anos que não ia lá. Contam-me os meus pais que, era eu moça pequena,  ia-me lá afogando depois de ter caído ao rio de um barco cheio de malta que tinha ido à pesca.
Agora imaginem - areia fininha, um barzinho show de bola com wi- fi, palhotas a fazerem-nos imaginar estar nas mais idílicas ilhas, e, o melhor de tudo - água quentinha! Para mim, aque até acho a do Algarve gelada, foi um consolo. Trinta e muitos graus a ajudar à festa e estava ali que nem uma paxá. Feliz da vida.
Foi quando, do outro lado do rio, começo a ver chegar malta - típicos alentejanitos em excursão, saindo dos autocarros de geleira na mão, daqueles que entram na água de calções pelo joelho e boné na cabeça.
E sotaque cerrado, saído bem lá dos bofes. Bem do interior da alma.
Felizes da vida, também, gritavam de um lado para o outro do rio, cumprimentando-se e brincando como se ninguém os estivesse a ouvir ou como se mais ninguém ali estivesse a desfrutar daqueles oásis na planície.
E a cena fez-me recordar outras passagens da minha infância - não do quase afogamento (por acaso recordo-me de estar debaixo de água e sentir ser puxada pelos cabelos), mas as muitas vezes em que vínhamos de férias de Monte Gordo (claro) e paravamos no meio da estrada para comer frango assado.
Recordo com carinho os piqueniques bem barrascos que eu amava e que enchiam a minha irmã de vergonha. Os carros passavam por nós e apitavam - o meu pai respondia - tcheeeee . Eu ria, a Gertrudes abanava a cabeça, a Isabelinha escondia-se.
Haverá melhor que comer um belo franguinho cheio de pó da estrada? 
Não conhecem as Minas de São Domingos? Não percam tempo.
E ainda dá para trabalhar os oblíquos de tanto rir. 

Tal não é a moenga...

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Meus amigos - estou irritada com f!
Há gente que devia ter cavalos pelas barrigas das pernas!
Já vos falei dos meus padrinhos, não já? Da minha tia Dulce e do meu tio Gino que vivem aqui perto de mim, em Lisboa. Pois que a minha santa tia ligou para a minha mãe em alvoroço.
Vejam bem: tinha ela ido despejar o lixo quando um indivíduo - cheio de aparência, muito bem posto, de malinha a tiracolo, cheio de salamaleques - dela se aproximou. Disse-lhe, então, este energúmeno que tinha sido a sua sobrinha a manda-lo falar com ela. A boa da Dulce achou muito estranho mas a história batia certo.
«Pois, foi a sua sobrinha que me pediu para vir ter consigo e pedir-lhe para assinar estes papéis. É que ela mudou de emprego e precisa disto despachado. Precisa só de pagar os papéis, também!»
Ora porra! A minha tia, de mais de 80 anos, que é esperta e lúcida como eu nunca serei, achou logo aquilo muito bizarro. Não pagou nada e voltou costas ao estropício. «Certamente, a Noca [euzinha] teria falado comigo», argumentava ao telefone com a minha mãe. Lógico, né?
Mas vejam como a teia estava bem montada -  o tipo, que espero esteja na retrete com uma gastroenterite,  foi logo falar-lhe da sobrinha, que a minha tia não tem filhos, sobrinha essa com novo desafio profissional . Confere!  Tudo a fazer sentido para extorquir-lhe guito.
E a boa da Dulce nem sequer lhe perguntou quanto queria pelos malditos papéis.
No meio desta tanga toda - uma questão assola-me o espírito. Será que o tipo lê o meu Bichanando , estando a par das últimas da minha existência para se aproveitar da minha velhota? Mas como sabia ele quem era a minha tia Dulce? Nunca publiquei foto dela, pois não? Ups.....
A minha mãe é que tem razão: «para que raio espetas tu tudo na Internet?»
Se me estiver a ler - seu intrujão - toma, toma, toma... Incha!
Tal não é a moenga....

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Este convite não se vai autodestruir em 30 segundos pelo que considere-se intimado a comparecer na feira da Porcalhota, Falagueira, Amadora.
Cá eu adoro tudo quanto são manifestações popularuchas. De 6 a 10 de junho, no Parque da Mónica terá, certamente, muito com que se entreter. Não, ninguém da Junta ou Câmara me está a pagar por esta bela prosa. É que o meu Centro Desportivo Cultural e Recreativo dos Moinhos da Funcheira vai lá estar com uma barraquinha cheia daquelas nhanhas de açúcar mas também com bolos, salgados, rifas, quermesse e pessoas muito simpáticas de sorriso aberto  não, não estou a falar de mim, desculpem - ha, ha, ha). 
A minha filhota, Caetana, e as minhas funchos da ginástica acrobática também lá vão exibir-se, dia 10 de junho, dia em que, de acordo com o programa, vai haver o concurso do caracol! Top! Vou ver se náo perco.
Será competição de comer caracóis, já que estamos na época deles, ou será mesmo, corrida de caracóis?
Aí está algo que, certamente, me acalmaria as glândulas nervosas bem mais que aquelas bolinhas que se apertam, apertam e nunca se rasgam - as.. p$%$$!
Pensem bem - toda uma tarde, de calor, ao sol, a olhar para um filho da mãe de um caracol à espera que o animal chegue a uma meta- não é apetecível? Haverá melhor para adormecer?
Vou arranjar uns caracolinhos para  ter no quarto para as noites em que me foge o 'amoque' do sono.

Tal não é a moenga...

 

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Feliz dia da Criança a todos: aos vossos filhos, amigos, sobrinhos... e a vocês próprios. É que, como sempre se costuma dizer, devemos manter em idade adulta a criança que há em todos nós. Esta frase deixou-me apreensiva. E a refletir. O que ainda conservo eu da criança - monga e parva, é certo- que outrora fui?
Há anos que não toco nas campainhas e fujo - aquela brincadeirinha mesmo estúpida, que só servia para incomodar mas que me divertia à brava. Tenho de recuperar essa prática, está visto!
Já não como doces, nem algodão doce, nem churros ou malacuecos - coisas típicas dos putos, certo?
Irrita-me já, sobremaneira, quando meto os pés em poças e fico toda enlameada - algo muito comum nas crianças é porem os pés, precisamente, no meio do lodo, verdade?
Outra coisa da qual perdi a prática e já não faço há muito - e que me remete logo para a minha infância - não, não é comer pão de quilo à dentada-, é cantar! Cantar, sozinha, na rua, marimbando-me para quem assistia à minha triste figura.
Resumindo e baralhando: estou uma velha, chata, aborrecida - uma 'ganda' nóia.
Catano - fiquei triste. Quero voltar a ser a criancinha irritante que punha a minha irmã Isabelinha em nervos (verdade manucha - ontem foi dias dos irmãos - sabes que és, e sempre foste, a minha mana preferida? O meu porto de abrigo? A minha fé em forma de pessoa?). 
Sendo assim - está decidido - vou voltar a cuspir para a cabeça das pessoas de cima da varanda! Era o meu passatempo preferido em Beja. Ups!

Tal não é a moenga...

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