O que vale é que eu, onde quer que chego, arranjo logo companhia.
Nas minhas novas funções e respetivo poiso tenho agora nova 'sombra'- já vos contei de um filha da mãe de um gato preto que me persegue de tal forma que até se enleia nas minhas pernas, não já? Mas não é dele que quero falar-vos agora. Pois que anda lá um rapazito que vive lá dentro do recinto com os avós. Ali passa os dias inteiros, para baixo e para cima - ora a pé, ora de bicicleta. Trato-o com amizade e deferência. Perguntei-lhe o nome para trata-lo pela sua graça. Miúdo de instituição.
Mas o moçoilo descobriu-me no Facebook. Manda mensagens a desejar bom almoço, bom jantar, acena, envia emojis - vê-se que é solitário e que mima quem lhe mostra os dentes. E eu e a minha mania e orgulho nos meus implantes....
Agora não posso dizer ao moço que não quero tanta atenção, certo? Parece que estou a ouvir a minha mãe - «Ó Noca, coitadinho»!
Estou sentada a trabalhar e só lhe vejo a sombra, a passar de um lado para o outro. E espreita. E sorri.
Não há como não ficar enternecida. Só não gosto quando me trata, vezes sem conta, por senhora!
Bem, pelo sim, pelo não, e como as pessoas puras falam verdade, fui comprar ácido hialurónico para preencher as rugas.
Tal não é a moenga...