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Bichanando

Onde uma sempre jovem quarentona limpa o cotão que tem no cérebro!

Bichanando

Onde uma sempre jovem quarentona limpa o cotão que tem no cérebro!

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Muito bom! Tenho tanto orgulho de ser alentejana. Que povo com capacidade de rir de si próprio, que gente para encarar adversidades com uma anedota, de enfrentar tristezas com uma modinha (uma canção, entendem?)
Esta imagem e este slogan do 'alentejana-te' são deliciosos. E o hastag #quétosporra é simplesmente divinal. 
A mensagem é forte e apela para que todos nos aquietemos em casa enquanto o cabrão do bicho não se esvai. Raios partam os bichos que só nos dão fezes - esta expressão é talvez das mais feias do nosso dialeto mas que a usamos ... usamos!

Como sabem, saí cedo da terrinha e sempre fui um bocadinho acelerada de mais para condizer com o protótipo alentejano - acelerada a falar, a ser... Para mais não como enchidos, bebo pouco vinho tinto (acho que é por isso que sou tão desmiolada, acuso bem a falta), e desisti do pão que me faz pneus.
De alentejana conservo a alma e agora também me alentejanei (que remédio). Mas isto do isolamento social é contra a minha natureza: o corpo fica dormente, a língua presa...
Ontem pensei que estava a ter uma sulispanta: arrepios, frios, tremores, descontrolo total.
Fui ver  - fechei as janelas que já chovia!
Mais essa m$##da!
Tal não é a moenga!

Sério que este mês tem 31 dias? Catano!

Cuidem-se!

 

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Que faço eu agora? Como!
Que faço eu daqui a 15 minutos? Como!
Que fazem o frigorífico e a dispensa que sempre esbarram comigo?
Há coisas que não têm remédio. Não vale a pena lutarmos contra guerras perdidas. A comida ganha! É forte, poderosa, saborosa, sempre à mão de semear. Dançam-nos à frente dos olhos coisas para trincar, alimentos encantam-nos qual serpentes eretas dentro de cestos. Por mais que queiramos portar-nos bem e que pensemos que, presentemente, é um filme irmos às compras, a despensa ri-se de nós porque nem damos luta para aquecer. Vá lá que ainda resisto aos processados e doces (como vocês bem sabem). Mas beterrabas são às dúzias. E vocês ainda fazem bolinhos, tartes, quiches e cenas de forno...Ontem sonhei com um banquete: estava em Beja, a minha Gertrudes tinha feito sopa de entulho - chama-lhe assim porque leva todas as verduras e couves que possam imaginar. Nem tinha tomado o pequeno almoço para ter fome para todo o tacho (sempre fui tão brutinha, graças a Deus).
As saudades apertam e dava tudo para entregar-me a todos aqueles talos alentejanos (isto não soa bem, pois não?).
Vou mas é comer mais uma beterrabazinha - aquilo deita líquido vermelho por todo o lado (para filmes de terror era sugestão bem saudável para gravar cenas de morte) e a boa da minha Caetana apanha sempre o mesmo cagaço : «mamã, já cortaste os dedos outra vez?» - algo sempre passível de acontecer comigo na cozinha!

Tal não é a moenga!

Cuidem-se!

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A atual situação que nos força a estarmos presos dentro do nosso casulo, obriga-nos também a deambular muito pelas redes sociais. E, verdade seja dita, ainda nos permite descontrair e mandar umas gargalhadas - inventam com cada trocadilho, com cada cena que todos nos sentimos impelidos a partilhar maluquices e a entupir grupos de whatsapp com os mais estapafúrdios vídeos e anedotas- aproveito para pedir desculpa às minhas maiores vítimas mas preciso pensar que se estão a rir comigo - ou de mim, tanto faz!

Pois que o mulherio quando, efetivamente, tudo isto for apenas má memória, estará a precisar de meter-se naquelas máquinas de lavagem automática de carros.
Ah, e tal, quem é bonita dispensa adornos!
Ah, e tal, a beleza é interior!
Ah, e tal, as mulheres ficam bonitas ao natural! Pois, sim...

Dias a fio sem despir pijamas e fatos de treino, sem arranjar sobrancelhas (para não falar da depilação), sem pintarmos raízes e vamos estar muito sedutoras. Ó se vamos!
Quem é que ainda não foi buscar as belas das oculetas para dar descanso aos olhos das lentes?
Quem não está a usar a lingerie mais escafiada?
Quem já não arrancou o gelinho à dentada das unhas?
Convenhamos, este detox soube bem a primeira semana. Agora até já me montava nas minhas belas sandalinhas de ir aos casamentos e ficar com a sola dos pés tão dormente ao ponto de entrar em casa de joelhos. Estava capaz de casar-me só para me empiriquitar outra vez!!!! Candidatos? (Esqueçam lá isso!)

Tal não é a moenga...

Cuidem-se!

 

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Já começou! Vá lá, aguentei-me duas semanas! Falo de acordar às sete da meia da manhã sem grandes compromissos a respeitar, certo (os dias estão infindáveis, ou não?)?
Fico logo com dores no corpo e tenho de levantar-me. Longe vão os tempos em que eu e a ronha éramos melhores amigas. Apercebi-me, depois, que o meu madrugar tinha sido patrocinado por uma filha da p&=)(//&# de uma betoneira que , àquela hora, se lembrou de operar para ali para os cafundós da urbanização, numa casa em construção. Um estardalhaço do pior! Sete e meia da manhã! Por Dios!
Seguiu-se, depois, aquele barulhinho tão delicioso do cortar de metal: «tzeeee tzeeeee tzeeeee». Estridente, de eriçar os pêlos, de sentir vontade de meter a cabeça na sanita e puxar o autoclismo. Oito da matina!
Emborquei dois cafés, contei até 400, ventilei, ventilei, ventilei... vi mais um filmezito...
Dez da manhã, o barulho parou. O Moinho do Guizo voltou a adormecer.
Então, mas sou eu que sou estúpida ou a malta funciona ao contrário? Uma toalha molhada pela tromba....

Tal não é a moenga!

Cuidem-se!

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Não me venham cá com tangas que agora toda a gente cusca a vida de toda a gente (agora!!!!).
Toda a gente faz vídeos, mostra a casa, a sala, a cozinha...Qualquer dia mostram outras coisas mais suscetíveis para as crianças. Como a minha Caetana que já fala muito de 'sexy', como ela diz. Por Dios!
Mudemos de assunto... 
Estou assumidamente cusca (ainda mais....) Também, já não sabemos o que fazer para passar o tempo, certo? 

Infelizmente não tenho vizinhos que cantem à janela, que ponham música boa em altos berros, que toquem saxofone (adoro o som do saxofone), ou tenham qualquer atitude altruísta que inche corações alheios. Ai, esperem - tenho uma vizinha que todas as tardes dá aulas de ginástica. Ainda não percebi bem de quê! Música a bombar, grita para ali que nem uma destravada. Deduzo que esteja a dar aulas on line como a maioria dos instrutores por estes dias! Logo eu, vigorética, maluca por ginásio, já com dores em todas as juntas de tanto ressacar com falta de articulação, tenho uma prof. ao lado e não lhe consigo chegar. Nem consigo fazer as aulas através da parede. Nervos! Fecho-me logo em casa (ah, ah, ah, passo a redundância) para nem a ouvir com aquela genica. É tortura,  porra! 

Lembrem-me de quando isto passar fazer-lhe um bolinho para estreitarmos convívio - é que parece que ainda para aí vem outra quarentena no Inverno - (eu, fazer bolos?!!!) Estarei a ficar interesseira? Este isolamento está a espoletar o pior de mim. A Elsa fixe e sorridente tem os dias contados. Quem me faz uma página no Face: #vamossalvaraelsa?

Tal não é a moenga!

Cuidem-se!

 

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