Comecei o dia a receber esta imagem no meu telemóvel. Foi uma simpática amiga que se lembrou de partilhar comigo a vizinhança da sua escola (é professora)! Olhem que coisa gira. Nunca no Alentejo vi borreguinhos perto de estabelecimentos de ensino. A Amadora e esta zona têm-me ensinado bastante. Depois de acordar (cedo de mais, diga-se) com o cabrão do galo e o sino da Igreja, eis que há ovelhinhas do outro lado da janela dos putos. Brilhante. Por acaso sempre quis ter um borrego por animal de estimação - se fosse mais maneirinho e bem cheiroso! É que nem no forno eu gosto deles! Mas adorava uma ovelhita para me aquecer os pés, para fazer de biblot na sala - para espetar-lhe com uma vara no orifício e fazer dela uma swiffer para limpar chão. Brinco. Adoro os bichinhos! Ó Anabela, se conseguires roubar um dos borregos fala comigo para guarda partilhada!
Tal não é a moenga...
Anda uma pessoa dias inteiros a ver se levanta o moral, a tentar não ganhar peso contra a idade, a pintar os brancos e a usar unhas como uma verdadeira senhora para depois vir um comentário e deixar-me mais rasinha que o pó da terra. Fui buscar a minha Caetana à escola. As caras são sempre as mesmas, naturalmente, e é normal que entre paizinhos e avós sempre haja conversas de circunstância. Aproximei-me do portão e percebi que uma senhora e um rapaz - na casa dos 30 e muitos, arrisco até 40- estavam a falar de mim. «Eu não te disse que não era?», dizia ela. «Estava a dizer-lhe que era a senhora, que há uns tempos andou de braço ao peito», elucidou-me. Confere. Acrescenta o dito cujo: «E eu estava a teimar com ela que você era a minha sogra?!!!!» WHAT? Será possível? A sogra???? Será que o indivíduo vê muito mal ou estou mesmo acabadinha para ser confundida com alguém que, deduzo, no mínimo, terá uns cinquenta e muitos? A verdade é que o moço não usa óculos... Alguém sabe de um cirurgião plástico baratinho?
Tal não é a moenga...
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Em conversa com amigas e familiares, um assunto é transversal: muitos pais não sabem como ajudar os filhos na escola «porque o ensino mudou». Tema que nunca me cativou, particularmente. Até porque a minha Caetana só está na segunda classe...Acontece que já não a consigo ajudar e ainda agora é agora! Feriu-me o coração ver os olhinhos dela a piscarem e a olhar para mim, desesperada e a perguntar-me: «mãe não sabes?» E chorava porque a professora tinha sido explícita ao dizer que tinham de responder à pergunta - o que têm em comum esferas, cilindros e cones? Ups! Ali fiquei a tentar puxar pela cabeça, para a minha miúda não me achar burra de todo, mas a matemática sempre ocupou aquele lado do cérebro que nem chegamos a usar. Matemática e estas tranquitanas...Não cheguei a qualquer conclusão e tive de mandar whatsspp à minha irmã (claro). Foi o meu sobrinho João quem respondeu: «todos têm lados curvos!» Ah, bem pensado. Não chegava lá. Juro. No outro dia perguntei à minha repolha se estava certo. «Sim mamã, era isso. Ou seja, não são poliedros!» Desculpa? Catano, será que algum dia na minha vida terei ouvido tal palavra? Eu e esta minha memória seletiva que só guarda o que pouco faz falta. E com isto percebi a angústia dos paizinhos que chegam a frequentar workshops para ajudar aos trabalhos de casa. Pois, Caetana, comigo estás lixada. É bom que sejas inteligente e estudiosa porque eu nem com workshops lá vou. De matemática só fixei quanto é um quarteirão, já que foi por causa do número 25 que levei a única reguada da minha vida na primária (quarteirão é 25, não é?)
A ver se me faço entender: partimos-te os ossinhos todos com um alicate! Como diria a minha amiga de Barrancos, damos-te um enxovalho tão grande que nem te lambes. Parafraseando o meu primo João Bicho, partimos-te o espinhaço! Eu sou da paz, não da meiguice e lamechice, mas do diálogo e contra todo o tipo de violência....(faria se não fosse, pensarão vocês). 'Atão' não é que anda um tipo a fotografar as crianças no intervalo da escola, a alicia-las com guloseimas e a regista-las sabe Deus para quê? E já não é a primeira vez. Professores e auxiliares estão alerta mas a cena repete-se. As mães estão em fúria e com elas me solidarizo: só para avisar, arrancamos-te cada pelinho da tromba à pinça. E um ferrinho em brasa...acima....? Esse cabelo comprido sai à pedrada...Ponho a minha amiga Suzana Santos a cantar-te os Evanescence aos gritos nesses abanos. Já que gostas de rondar a escola, aninhamos-te no contentor lá à frente e evacuamos-te uma ETAR em cima. Arrancamos-te o coração com uma colher! Engoles três dúzias de laxantes! E eu sou a mais calminha das mães que por lá andam! Já cheira a Natal! Boas festas!
Um destes dias cheguei a casa com o tifo, como diz a minha Gertrudes. Angustiada, pensativa, receosa, macambúzia. Coisas cá da vidinha que nos moem, moem, moem...Estava eu a sentir pena de mim própria quando fui buscar a Caetana à escola. Mas depressa percebi que há chatices e imbróglios tão piores que os meus: «Passo-me mamã, passo-me! O Zé Pedro só me dá beijos com força. Digo para parar, ele nada. Ando sempre atrás de mim e depois com aquela brutidade, aleija-me. E sabes que mais? O sossegadinho do Asael, de quem tu gostas tanto? Roubou-me a mochila e quando lha pedi atirou-a ao ar. Se tivesse vidro partia-se tudo! E ainda me roubou o lápis e quando mo devolveu foi sem o shopkin que eu lá tinha. Passo-me! Para mais, a Vânia, tu não acreditas, mas está sempre a dizer-me que só lhe apetece dar-me chapadas. Hoje ela e a Carolina estavam contra mim. Estavamos a fazer uma história, eu não me lembrava das personagens, perguntei-lhes e elas não me quiseram dizer só para me fazerem sentir mal!» Ufa. «Mamã, como foi o teu dia?», perguntou-me. «Foi top filha. Foi espetáculo....»