Sim, 33 anos - a idade de Cristo quando.... A idade de Kurt Cobain e tantos outros que foram desta para melhor ainda jovens ( ai, esperem, que o Cobain foi aos 27). Brinco mas asseguro-vos que estou muito vaidosa dos meus 33 anos de idade metabólica conforme prova a minha última avaliação física do ginásio. Elementos há que não são para aqui chamados, portanto foquemo-nos no bom do relatório avançado de balança ( o nome avançado de balança é de fugir). Tenho amigos que gozam comigo por ser chata com a saúde, com a alimentação equilibrada, por não comer batatas fritas há 19 anos...mas depois os números compensam (alguns, diga-se). Pois que tenho de melhorar a gordura visceral (camada que envolve os orgãos). Ora porra, será que é de ser viperina e maldizente? Feitio que me ataca as vísceras? De comer fritos não é, portanto... Dizem-me então que preciso de fazer treino de força e logo me lembrei da vez que fiz gargalhar o chefe Guerra no jornal A BOLA (o que não era de todo fácil). Numa das nossas muitas discussões, ele, com fogo a sair dos olhos, disse-me: «olha, que Deus te dê paciência». Ao que respondi: «sim, porque se Ele me dá força , pobre de si!» Saiu-me. E não é que achou graça ao desabafo? Atão mas agora cada vez que pego em pesos lembro-me do Guerra....
Tal não é a moenga!
Eu ADORO piadas secas! Como esta da foto... Desmangarito-me toda a rir (não sei se percebem este verbo - talvez seja Gertrudês). Avante. Conquistam-me se me fizerem rir e uma boa graça é para mim a maior prenda. Já vos contei que à hora de almoço me encontram nos ginásios Fitness Hut, certo? É a minha terapia, o meu tempo de qualidade para mim própria, a única forma de me aliviar a tensão e evitar um despautério de dinheiro em ajuda clínica. Outro dia lá estava eu em Linda a Velha na minha aula de attack. Estava já mais morte que viva com tanto salto, agachamento, corrida, push ups e coisas afins quando o instrutor, Hugo Jorge de seu nome, quis tirar foto de grupo. Lá me juntei ao resto dos viciados naquela sova monumental. Foi quando o Milton, outro grande instrutor lá do sítio, começou a gritar. «Elisa olha a tua bandolete. Elisa!» «Isso é comigo? Sou Elsa!» «Ou isso, é parecido, começam os dois com H!» E largamo-nos os dois a rir. Ah! Ah! AH! Gostaram?
Já vos contei que o ginásio é a minha terapia, certo? Fico piurça se não consigo ir suar as estopinhas. Então agora que o mê João Pinto se lesionou - ninguém merece ficar sem o João Pinto -, tenho de deambular pelos vários ginásios Hut à procura de aulas que me desafiem. O Spinning é uma das minhas eleitas. Bicicletas paradas a simular retas, montanhas e sprints. À hora de almoço os lugares são concorridos. Hoje fiquei 'entalada', salvo seja, entre dois amigos de proeminente composição fisica. Tipo sardinhas em lata lá pedalamos durante uma hora. Mas a vizinhança só me fazia rir: O homem a respirar parecia um camião TIR a parar: bupffffffffffffffff... Alto e bom som. Só aquilo já me fazia rir mas o bafo que mandava ao expirar - só me lembrava da minha amiga Célia Lourenço e da Filipa Reis, duas distintas maganas que não suportam cheiros e hálitos. E quando o da direita bufava, o da esquerda guinchava ... ainhe, ainhe, ainhe! O esforço tem muito que se lhe diga. Cada um esfria conforme lhe apetece mas eu já não conseguia pedalar, nem rir, nem barafustar, nem respirar, diga-se! Terminada a aula diz-me o camião TIR: «Cuidado ao sair, não escorregue que o chão está muito molhado!» «Pudera,» pensei eu! «Mas hoje até foi calminho!», acrescentou o individuo. Olha que grande desplante: nem imagino o que seja uma aula puxada para aquele colchão de pêlo!
A minha Gertrudes é que tem razão! A necessidade é mestra de engenhos! Saí do jornal A BOLA, a minha vida durante 18 anos, por ter por prioridade acompanhar o crescimento da minha Caetana. Vim para casa, sem vida profissional definida, e tive de inventar uma profissão para mim: sou agora produtora de conteúdos media. Soa bem, certo? Sempre fui uma idiota (grandes ideias, entenda-se). Agora inventei uma segunda ocupação: fitness tester! Só não cabo dentro de um frasquinho (como os testers das perfumarias...perceberam?) É que, croma dos ginásios (apenas por ser assídua, não por ser grande atleta) já perdi a conta à malta que começou comigo a fazer aulas e que agora virou instrutor de fitness (só não tento o mesmo caminho, pois, lá está, os 41 atrapalham ligeiramente...). Todos eles, após as aulas, através das redes sociais me abordam para saber o que achei: «Elsa, gostaste? O que tenho a melhorar? Achas que puxo muito? Como são as minhas vozes de comando?...). E eu respondo, toda feliz, de considerarem a minha opinião. Mas isso não me poderia dar dinheiro: fitness tester - hum? Fitness Hut?????? Fica a dica. Entretanto, hoje, na aula de body attack, já introduzi uma enorme inovação. Fui para lá arrastar-me, cheia de contracturas, mas, para melhorar ainda mais o descalabro fisico, esqueci-me dos ténis de saltos! Só tinha mesmo os de spinning - os tais que não encaixam na bike, nem em lado algum. E não é que aquilo até alivia as dores dos gémeos e da corrida? Capaz de me rasgar toda.... Agora sentei-me! Alguém tem uma grua para me tirar do banco da cozinha?
Eu sabia que isto não ia dar bom resultado! Faço spinning/cycle há anos e sempre me deram na cabeça por não ter calçado próprio para aquela atividade tipo descolamento da placenta, como dizia a minha amiga Maria José. Este aniversário lá ganhei uns ténis de encaixe - «vais ver a diferença, ajuda imenso à pedalada», sempre me disseram. Ora, porra: isso era se eu conseguisse, de facto, enganchar os cabrões dos sapatos nos buracos do pedal. Fui estrear os ditos cujos. Vá lá que fui fazer aula virtual e não estava lá ninguém para ver a minha triste figura. Depois de muito andar à porrada com os pedais, não sei como mas aquilo lá encaixou. Fiz a aula - de facto os ténis ajudam ao treino - mas e depois para desencaixar? Foi o descalabro. Fiz outra aula, desta vez já com professora, e tive de deixar evacuar a sala para tentar descer-me da bike. Tive de descalçar os ténis, deixa-los presos aos pedais e com a força bruta de braço quase partir o encaixe que comigo ou não encaixa ou não desencaixa, faço-me entender?
Voltei a tentar hoje na aula de spinning do João Pinto: nada a fazer, parece que falta uma chave para apertar não sei o quê.
Mostrei os sapatos a quem mos deu de prenda: «shiiiiii....já conseguiste entortar isto tudo!»
Atão mas só os usei uma vez!
Tenho mesmo falta de poder de encaixe! Trabalheira d'um raio!