Epá, eu se não fosse alentejana , esmifrava-me outra vez para dentro da Gertrudes para voltar a nascer em Beja!
Estive na minha santa terrinha no fim de semana da Beja romana - bela iniciativa. Espetáculos pirotécnicos, recriação de profissões, atividades e vestes dos tempos em que a cidade era Pax Julia, barracas e barraquinhas, trovadores, cantadores, contos, cortejos, danças...bonito! Bom ver a minha Beja cheia de vida! Estava eu nas Portas de Mértola a ver o desfile, a ouvir o rufar dos bombos e a aplaudir um equilibrista numa bola gigante quando passa senhora algo chateada. Critica. Em nervos. Piurça mesmo.
«É o que é- sempre a mesma moenga (onde é que já ouviram isto?). Lá para a brincadeira estão sempre todos prontos. Querem é palhaçada. Agora trabalhar é que está mau. Trabalhar está quieto. Como é que querem que isto melhore?», dizia a bejense, em alto e bom som, num sotaque bem profundo e cerrado, juntando-lhe alguns imprompérios que nem parecem vernáculo com a doce e melodiosa terminação alentejana. Eu ri-me.
E toda a gente se riu. E a senhora lá prosseguiu caminho, voltando costas à animação, chamando todos de «bando de filhos da...». Filhos pródigos, certamente.
Ah, ah, ah!
Tal não é a moenga...