Há dias tive de ficar confinada a casa já que a minha Caetana quebrou com febre (coisa que poucas vezes com a graça de Deus). Estava tão chochinha que até a professora elogiou o quanto estivera sossegada na escola...
E lembrei-me de quando eu, moça pequena, tinha febrões monumentais. Aliás, fase houve em que tinha anginas de 15 em 15 dias. As enfermeiras do hospital já me conheciam. Levei tanta penicilina que uma vez até me vinha embora ainda com a seringa espetada na roliça bunda. Incrível como a memória grava cada coisa...Lembro-me perfeitamente de uma vez ter delirado com 41 graus.
A minha mãe estava sentada no sofá da sala a coser (como sempre, desgraçada) e eu gritava. E ela ria-se... «Mãe, mãe o armário vai cair-me em cima». «Ai, ai, segura-o mãe».
«Cala-te Noca, não vês que é da febre!», dizia-me a Gertrudes entre a natural preocupação de mãe e o bem maior receio que os meus gritos incomodassem os vizinhos. A verdade é que delirar com febre deve ser parecido a fumar cenas... (digo eu que nunca estive para aí virada). Mas isso deve passar mais rápido e apenas com um Gorosan, não?
Tal não é a moenga!