O meu pai é incomparável. É tão giro, tão giro!
No último fim de semana fui a casa, leia-se Beja, e sabe ainda melhor o cafezinho após a almoçarada de domingo na companhia do Bicho e da Gertrudes. Estava um calorzinho daqueles de fazer relembrar o Alentejo antigo mas, simultaneamente, soprava um ventinho que sabia tão bem...Ora o belo do Bicho, assim que se encosta, pesam-lhe as pálpebras. O homem consegue dormir onde quer que seja. E adormece numa fração de segundos. Desgraçado acorda logo com a Gertrudes aos berros: «Frasquinho, parece impossível! Onde quer que chega está sempre pendendo». E é verdade - não sei se ainda é na fase de adormecimento ou se já está na twilight zone, o meu Bicho parece um radar - consegue dar a volta à cabeça quando dorme sentado. Eu, nem nos alongamentos do ginásio consigo rodar assim o pescoço...
«Epá, está-se aqui tã bem», justificava-se. E acorda sempre bem disposto. Contou logo o mê Bicho:
«Sabes a do homezinho que chega aí a um lugarejo no Alentejo e pergunta a um velhote- amigo, já nasceu aqui algum grande homem? Não - aqui só nascem crianças!»
Ha, ha, ha, ha!
O que eu me tenho rido com esta parvoêra!
Tal não é a moenga...