«Quem é a paxá?»
«É a sua filha- um sossego. Podemos fazer o que quisermos que ela nem ai, nem ui. Já lhe tiramos sangue, já fizemos o teste do pezinho, nunca lhe ouvimos um choro», explicavam-me (como as coisas mudam).
A minha mãe Gertrudes lá se pôs a caminho da Amadora para conhecer a neta.
Entrou de rompante no quarto, na sua mota (anda tão depressa e sempre como se não tivesse tempo para nada que brincamos com ela dizendo que parece montada numa zundapp). Olhou para a Caetana, deitada em cima da cama, e até deu um passo atrás:
«Ai Noca...» (como sempre fui chamada pela família). Que foi?
«Ai Noca...»
O que é Gertrudes?
«Atão a moça é bonita!!!», exclamava, atónita.
«Olha, obrigadinha, hã....)
E a minha Gertrudes (só ela mesmo) tentava não me chatear.
«Não, não é isso. É que a miúda é bonita. É igualzinha ao pai!»
Irra....