Muito bom! Tenho tanto orgulho de ser alentejana. Que povo com capacidade de rir de si próprio, que gente para encarar adversidades com uma anedota, de enfrentar tristezas com uma modinha (uma canção, entendem?) Esta imagem e este slogan do 'alentejana-te' são deliciosos. E o hastag #quétosporra é simplesmente divinal. A mensagem é forte e apela para que todos nos aquietemos em casa enquanto o cabrão do bicho não se esvai. Raios partam os bichos que só nos dão fezes - esta expressão é talvez das mais feias do nosso dialeto mas que a usamos ... usamos!
Como sabem, saí cedo da terrinha e sempre fui um bocadinho acelerada de mais para condizer com o protótipo alentejano - acelerada a falar, a ser... Para mais não como enchidos, bebo pouco vinho tinto (acho que é por isso que sou tão desmiolada, acuso bem a falta), e desisti do pão que me faz pneus. De alentejana conservo a alma e agora também me alentejanei (que remédio). Mas isto do isolamento social é contra a minha natureza: o corpo fica dormente, a língua presa... Ontem pensei que estava a ter uma sulispanta: arrepios, frios, tremores, descontrolo total. Fui ver - fechei as janelas que já chovia! Mais essa m$##da! Tal não é a moenga!
Sério que este mês tem 31 dias? Catano!
Cuidem-se!
Lembram-se de ter-vos falado de um alentejanito bem típico que, durante a animação da Beja Romana, se colocava, no meio dos que rufavam tambores, como se ninguém desse pela sua presença no meio do espetáculo? Um velhote que até classifiquei de mal encarado, por ter o nariz a colar ao queixo de tão trombudo? Pois que parece que o belo personagem é figura bem conhecida por Beja. E surge sempre com a mesma farpela - o seu cajadinho, a sua samarra- que isto o frio não está para brincadeiras-, a sua boina que nunca lhe salta da cabeça. Pois que se chegasse à fala com o personagem teria de pedir-lhe desculpa - é que parece que o senhor é bem simpático com os que se metem com ele. Mania que as pessoas têm logo de julgar as outras - catano... Pois esta figuraça faz-me lembrar o senhor do adeus que em Lisboa se colocava nos sinais de trânsito a acenar a quem passava. O seu falecimernto foi, inclusive, motivo de reportagens tal a notoriedade que ganhou, recordam-se? Pois em Beja há agora este senhor samarra. Já pedi ao meu pai para pesquisar o nome da personagem- aliás foi o meu pai que me mandou a fotografia em cima (a quem sairei eu tão cusca, desenvolta, e metediça?) Eu diria que o bom do patusco alentejano dá pelo nome de Asdrúbal, Godofredo, Bonifácio ou Amâncio. Se se ficar pelo Manuel ou pelo típico Zéi fico desiludida. Mas, brincadeiras à parte, terá família? Ninguém lhe pergunta se não derrete com calor debaixo daquela manta de pêlo às costas? Tal não é a moenga...