Isto de estar longe da rotina está a mostrar-nos, efetivamente, o que de melhor tínhamos no nosso quotidiano e aquilo que, afinal, até se nos depara superflúo. Está a mostrar-nos as pessoas que, realmente, nos fazem bem e aquelas que, sabemos, até simpatizam connosco mas, no final da equação, não se incluem na nossa matemática. Ainda que seja péssima nas ciências exatas (confesso que não sei sequer a tabuada do 9), há frações de mim das quais sinto muita falta. E o João Pinto é uma delas. No todo, ele representa, vá, 1/9, ok um 1/8... mais 1/3 do que de bom tenho nas minhas semanas. Isto para dizer que gosto MESMO muito dele (sabem que também não sou grande mel com lamechices!). É daqueles gajos que puxa a malta para cima, que só diz asneiras, que também nos diz o que tem a dizer nas fuças, seja bom ou mau, um desprendido (parece). Mas, quando nuvens cinzentas nos atazanam, o Pinto é dos primeiros a perceber que não estamos bem, conseguindo transmitir-nos mais força com aqueles pequeninos olhos azuis do que com os biceps que tanto trabalha e, ilusoriamente, insiste para que também nós consigamos inchar (dah). Hoje é o seu aniversário. Era dia de paródia. Lá está confinado em casa com a sua Carol. E bem! Está feliz. Eu sei! E partilho dessa felicidade. É o meu PT das quarta-feiras. É o meu elixir da juventude há mais de 20 anos. Até das suas coças tenho saudades. Dos nomes que me chama, do quanto me achincalha, do vernáculo com que fala comigo, das palmadas secas nas pernas (onde me apanha, aliás...) que chegam a deixar marca (parece uma pessoa que é vítima de violência...), das gargalhadas que me faz ecoar ficando todo o ginásio a olhar para nós (será que sou muito espalhafatosa?)
Parabéns amigo!!!!! E poupa-te que dentro de pouco tempo vais ter muito trabalhinho (comigo não, que estou super forte e fit....ah, ah, ah!)
P: S - Hoje também faz anos a minha sogra. Parabéns D. Elisabete. Uma santa senhora cujas emoções pouco esbanja. Sorri ao de leve quando feliz, sofre calada para não preocupar ninguém. Se bem que- dizem-, sogra é sempre a primeira. Uai!!!!!! Sendo assim, por sogra continuaria a ter uma senhora igualzinha à Glenn Close que, em tempos (parece noutra vida), insistia para que lhe desse uma neta cujo nome seria ( e escolhia ela, estava-se mesmo ver...), Maria Domingas!!!!!! Há cenas na vida...Por Dios!
Tal não é a moenga!
Cuidem-se!
O meu Bicho faz 71 anos! Parabéns mê pai! Mê amori! O Bicho é o maior. Está sempre a chorar - de tanto rir! Ele manda os foguetes, apanha as canas...é festa em forma humana! Depois puxa do seu lencinho de pano, que está sempre no bolso direito das calças, e ali fica a rir sozinho, divertido com pouco. No último fim de semana estive com ele em Beja. Estava feliz, tinha trocado de carro (já não era sem tempo que o último tinha 26 anos e parecia um galinheiro: a porta do pendura não fechava e a bagageira só lá ia com um cordel...) A alegria do homem com o carro novo chegava a emocionar. Parecia uma criança no dia de Natal. «Pai que estás fazendo sempre ao pé do carro?» «Estou a guarda-lo. Nem quero que lá pousem moscas!» E ria-se. Como sempre! E ainda hoje continuo a aprender tanto com ele. Como bons alentejanos, além de saber rirmo-nos de nós próprios, gostamos sobremaneira de comentar a vida dos outros. E já nem sei cuja casaca cortavamos quando o belo do Bicho tem a seguinte tirada: «Está um bocadinho apozinhada!» «Está o quê?» «Apozinhada, anafada...gorda! Só não sei se se escreve com 'o' ou 'u'.» E foi risada geral. Seja como for, mê pai, mê amori, que tenhas um dia apozinhado de felicidade e saúde. Nunca me faltes que não aguento!
Tal não é a moenga
Parabéns Gertrudes! A minha mamã faz hoje anos! E está mesmo de parabéns. Não só pelo aniversário mas por ter tido duas filhas excecionais, sobretudo a mais nova. Todos dizemos que a nossa mãe é a melhor. Que como a nossa não há. Mas, acreditem, que não há mesmo como a Gertrudes: Guidinha como era conhecida na escola já que haviam muitas Gertrudes naquela Évora (hilariante!) Pois a durona da Gertrudes, meiga como uma chapa de zinco, quente como as cataratas do Niágara nos dias de hoje, tem um calcanhar de Aquiles que os netos já descobriram (até porque eu estou sempre a lembra-los). A mulher pela-se ao ver repteis, cobras, rãs e coisas que tais...Sempre ouvi a história que a minha irmã dormiu com uma osga no berço quando bebé... Mas não precisam ser bichinhos de verdade. Qualquer boneco de borracha a imitar coisas viscosas a fazem berrar de pânico. E olhem que é mesmo cómica a gritar: «tirem-me isso daqui». E grita qual tenora cheia de fôlego no início da ópera. É um prato! Hoje não vou passar o dia com ela mas quando for a Beja faço questão de irmos comer perninhas de rã em molho de tomate (que pitéu)! Adoro ouvi-la gritar! É isto compreensível? Ou também sou uma valente réptil ao assumir isto? É tão bom vê-la rir-se, depois, dela própria com a triste figura! Que nos abençoes com os teus berrinhos, fininhos, agudos, oxítonos, que se nos entram nos tímpanos qual choque elétrico durante muitos, bons e longos anos. Amo-te Gertrudes!
O meu João faz hoje 10 anos. Está um homenzinho. É o meu sobrinho mais velho. Lindo como ele só (continuo sem saber a quem sai, mas só podem ser os genes dos Bichos porque o irmão é igual....desculpa aí Toninho)! Lembro-me do dia em que nasceu como se fosse.....há 10 anos! A ver se consigo reconstituir a efeméride. A minha irmã foi para o hospital e eu fiquei em casa com a minha mãe à espera de notícias. A Gertrudes cosia. Claro. Sentadinha, cantava como é seu hábito e eu estava uma pilha, para trás e para a frente, a olhar para o relógio. «Senta-te Noca que já me está a irritar. Até fazes vento», gritava-me ela, na sua santa meiguice. Lá veio a boa nova e arranquei para o hospital. Assim que conheci o meu sobrinho- estava a minha irmã a comer arroz doce que odeia (a maternidade faz-nos fazer coisas que valha-nos Cristo), o bom do rapaz mijou-me em cima. Assim começou um amor sem igual. Hoje, que é criança inteligente, esperta, curiosa, de um raciocínio do qual sou incapaz aos 41 anos, olha para mim, olha para a mãe, e questiona: «a tia é maluca não é?» Tal não é a moenga...
Parabéns meu amor! Vou estar sempre aqui para ti (até porque deves vir estudar matemática quântica para Lisboa e vais ter de viver comigo - ah ah ah ah ah).
Hoje é o teu dia....Pipa! E estarás a dizer Pipa é o ....! És única. Tão bruta! Afastas muitas pessoas com esse teu jeito brusco de ser mas aquelas a quem permites que acedam a ti, acarinha-las e guarda-las para sempre no coração. Eu tenho esse privilégio! Quem nunca levou uma descasca da Filipa? Quem nunca ouviu um esbregue, rodeado de uns quantos imprompérios? Quem nunca ficou de cara à banda depois de uma boquinha que nunca fica sem resposta quando se trata de Filipa Reis? Não leva desaforos para casa, diz tudo como os malucos, tem o coração ao pé da boca e quem estiver por perto leva com os estilhaços! Mas sabiam que a santa brutidade é também muito dócil e piegas? Já aqui contei várias histórias e peripécias com ela. Barracadas e bons tempos de jornal A BOLA. Vou então contar-vos a sua fraqueza: a Pipa não pode ver agulhas, levar vacinas ou tirar sangue. Quase que desmaia. Uma vez pediu-me para a acompanhar a fazer análises. Estava inquieta, nervosa, já sabia do seu medo mas nunca pensei em tamanho escândalo.... Entrou para o gabinete e poucos minutos passaram até vir a enfermeira à sala de espera: quem é o acompanhante de Filipa Reis? E salto de lá eu (acho que ficaram a pensar que éramos casal!) Lá fui para dentro...Estava a boa da durona prostrada na cadeira, a guinchar, a beber as lágrimas dos nervos e medo, cravando-me as mãos com força pedindo-me para a ajudar. Lá fiquei a dizer umas asneiradas a ver se a distraía - a falar do chefe Guerra, claro, entre outras cusquices e pantominices. Ora, quem havia de dizer que a brava Pipa conseguia ser um cachorrinho amedrontado? Agora estás mais macia....e vais ficar ainda mais branda! Que os teus filhos possam herdar o teu pêlo na venta que sempre invejei! Parabéns amiga!