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Bichanando

Onde uma sempre jovem quarentona limpa o cotão que tem no cérebro!

Bichanando

Onde uma sempre jovem quarentona limpa o cotão que tem no cérebro!

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Quem assume o seu preconceito? Eu não! Não sou nada preconceituosa....Até que....
Desde que vim para Lisboa que todos me avisam: fecha bem as portas, não deixes nada à mostra no carro, não andes com coisas de valor (quem me dera tê-las).
Ainda hoje, passados 18 anos de capital, é hábito que ainda não adquiri. Por distração. Quantas e quantas vezes ando de mochila aberta e carteira de fora? Até um dia! Uma vez até deixei as chaves do meu Astra dentro do carro, em pleno Bairro Alto. Acreditam que deixaram bilhetinho no vidro e foram entregar as chaves na esquadra? Ninguém queria mesmo o meu chasso...
Pois que um destes dias voltei à Baixa. Adoro meter-me em caminhos e vielas, becos e travessas, com a triste ideia de ser chica esperta e cortar distância (tão burrinha). Foi num desses becos que reparei que atrás de mim seguia um indíviduo, vestido de escuro, barbas compridas, desalinhadas, cheiro a mofo, a arrastar os pés. Pensei: já foste! Estás agarrada. Tive receio, confesso. 
«Menina! Menina!» (ao menos era simpático no trato)
«Tem a mala aberta. Feche a mala!»  E seguiu.
Engoli em seco. Espero ter engolido também o meu preconceito.
Fica-me por história de Natal.