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Bichanando

Onde uma sempre jovem quarentona limpa o cotão que tem no cérebro!

Bichanando

Onde uma sempre jovem quarentona limpa o cotão que tem no cérebro!

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'Mê' Bicho! Hoje é Dia do Pai! 
Todos nós dizemos que os nossos são especiais mas acreditem que o meu é, de facto, suis generis. É um bem dispostão, sempre  a rir, a contar anedotas - muitas delas sem gracinha alguma (aproveito para dizer-te). É uma casa cheia. Um sol. Agora é já mais netos, como é normal, mas quando era só eu e a minha irmã, ainda que sem grandes manifestações, ai de quem criticasse as moças do Bicho. 
Receber carinhos do meu pai sempre foi experiência marcante. Literalmente. Antes de chegar ao beijo na bochecha há sempre um puxão pelo braço, um calduço que não dói tão pouco quanto isso (até me chegam as lágrimas aos olhos). Tem a mania de dar-me um palmadão que, devendo ser no rabo, apanha-me sempre a zona dos rins, o meu calcanhar de Aquiles.  Baterem-me no final das costas é o mesmo que ligarem-me a um poste de alta tensão.
Pensando bem - a palmada que era no rabo apanha-me os rins - será que já tenho o befe assim tão descaído? Caraças que isto está a ficar galopante!
Seja como for, já passei muitos dias do Pai sem estar contigo, meu Bicho, mas este custa mais porque, efetivamente, podia por-me a caminho de casa se não fosse o estropício do Covid.
Sei que te vou ligar, dar um beijinho virtual e tu vais responder: «Obrigadinha. Obrigadinha!»
E já que hoje não corro o risco de levar a bela da galheta no lombo: 1) enerva-me estar ao telefone contigo e tu continuares a falar com outras pessoas 2) já paravas de ir para o clube da pesca - dedica-te ao Facebook - convida os meus amigos que eles são fixes 3) Adoro-te e nunca no mundo haverá pai como tu 4) És o meu vírus para o qual jamais haverá vacina. 

P. S - Quando te apanhar estrafego-te.

P. S 2- Espera até eu entrar em estado de emergência.

Tal não é  moenga! 

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No Alentejo há bons tomates! Literalmente!
Toda a gastronomia passa por um belo tomate. 'Atão' agora no verão ninguém dispensa a boa da vinagrada- o conhecido gaspacho. . Ninguém prescinde da bela da saladinha de tomate com pimentos. Agora- lá por Beja é preciso estar-se em jejum para dar conta dos tomates - parecem bolas! (atenção às piadinhas). Bolas de basquetebol - enormes, gigantes! Abençoada terra que o pariu. Quem havia de dizer que das tomateiras - plantas pequeninas com bolinhas pequenas -, haveria de sair aquela enormidade.
Nunca vi tamanhos tomates! (atenção às piadolas).
Tal não é a moenga...

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É a maior! Quem havia de ser? A minha mãe Gertrudes! Como é que eu não havia de ser acelerada nas horas....Minha pobre filha que é bem pior que nós as duas juntas.
Fui a Beja passar o fim de semana, altura em que a Tuta (Gertrudes) não sai da cozinha.
Não me perguntem porquê...Faz sopas, faz o prato preferido de casa um, enfim!
Estavamos as duas a conversar na cozinha e ela a mexer nos tarraços - ao tirar o cace de dentro da sopa era ver espinafres a voarem e a aterrarem no chão. «Ficaram enleados na colher», explicava-se. 
A saga continuou na altura da fruta. A partir meloa madura para a netinha e ao querer tirar-lhe as pevides, saltavam sementes por cima das nossas cabeças tal a forma frenética com que distribuía as fatias. Fiquei um pouco mais a conversar com o meu pai enquanto a Gertrudes lavava a loiça. Desisti quando olhei para o braço e estava cheio de bolinhas do detergente. 
É assim a minha Gertrudes. Assim sou eu! A minha Caetana?... Quem batiza furacões e intempéries?
Ainda cheguei a pensar ter mais filhos! Mas Lisboa não precisa de outro terramoto!
Tal não é a moenga...

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Sério - como foi possível ter nascido de mim criança tão linda, esperta e perfeita como a minha Caetana?
Fomos a Beja ver aqueles dois abençoados que me conceberam e, como é da praxe - no Alentejo a vida pacata é cheia de rotinas e horários -, fomos ao Pingo Doce. A bela da minha Caetana lá andou dançando - até que parou defronte de uma daquelas paredes cheias de anúncios de casas para arrendar e outras coisas afins. E começa ela a gritar  (sim que a moça herdou um megafone na garganta em vez de cordas vocais- não sei de quem): 
«Ó mãe- estes cachorros levam à mesma ketchup e maionese ou só estas coisas que eu não percebo!» -( ler imagem acima para perceber)!
Epá, tive de rir-me, pois! 
Aflige-me a ideia da minha Piqui tudo resumir a comida de plástico!
Tal não é a moenga...

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Contado ninguém acredita!
Desculpa lá, ó pai, mas não posso esconder do mundo mais este feito! 
Pois que a minha Gertrudes e o meu pai Bicho vieram até Lisboa no último sábado para aplaudirem a sua netinha no VI sarau gímnico dos meus Moinhos da Funcheira. Chegaram, todos, contentes, cheios de frutas e feijão verde, mas, como eu até inclusive mudei de casa, lá foi o bom do Zé Luís busca-los à saída da ponte para que não se perdessem.
Tudo espetáculo.
O bom do Bicho ainda apanhou uma estafa a carregar colchões para o pavilhão mas o dia passou-se em beleza. O sarau correu bem e , do centro do pavilhão - sim que eu fui a apresentadora do evento -, via-os de telemóvel em punho a registarem todos os saltinhos da minha Piqui. Já noite alta decidiram fazer-se à estrada e voltar para Beja - alguém acreditava que a Gertrudes dormisse fora de casa e perdesse o castelo de vista? Jamais! Como é evidente...
Era uma e meia da manhã lembrei-me de ligar para saber se estavam quase em casa.
«Epá - sabes lá - estamos em Vila Franca de Xira. Ai Noca [eu], só estradas e caminhos sem ver ninguém. Nem viva alma. Tantas curvas! O teu pai já estava aflito que não tinha gasolina. Agora estamos na bomba. Lá para a hora do pequeno almoço estamos em casa», praguejava a minha mãe, que deve ter picado tanto os miolos do meu pai...
É que o Zé Luís também os foi deixar à saída para o IC17  - era só entrar no túnel do Grilo e ir sempre em frente pela A2. Mas o meu Bichinho, claro, que vai sempre na faixa do meio «porque assim consegue sempre mudar de direção se lhe apetecer», não viu saída de IC nenhuma... Foi sempre direto A8 dentro.
Acho eu que foi isso, que ainda nem percebi por onde andaram.
Eram três da manhã quando ligaram a dizer que, finalmente, estavam em casa.
E a minha mãe...
«Acho que vou tomar o pequeno-almoço...»
Tal não é a moenga...

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