Então hoje é Halloween, esse típico costume português em que todos vão para a rua sem lavar a cara, assumindo as ramelas, certo? Concordo em absoluto. Nunca achei piada mas agora ando uma festivaleira...Upa! Upa! E como dirigente associativa, lá terei de estar com a minha melhor disposição para me fantasiar (ainda mais) e participar da Caça ao Tesouro que planeamos no meu Centro Desportivo, Cultural e Recreativo dos Moinhos da Funcheira. Vou de sacerdotisa - vestida de preto! Vou assumir as minhas olheiras (nem preciso gastar corretor), esborrato o rimel - o que também me acontece não poucas vezes, desenho umas cicatrizes na cara (algo que adoro ao natural e quando verdadeiras) e vou gritar aos moços pequenos para assusta-los. E qual a diferença disso para o meu dia a dia? Ah, já sei....vou ter mesmo de calar a boca e não resmungar quando chegar a parte de entupir os putos de açúcar!
Amanhã, conto tudo! Bom era se participassem e pagassem um euro para ajudar a minha coletividade, formassem equipas de 4 e fossem ver in loco como sou maquiavélica e terrífica. (A última vez que me mascarei, de vaca, no Carnaval, parti um braço. Espero estar inteira para fazer a reportagem).
P.S: as abóboras são minhas e faz favor de não deitarem o interior fora que é ótimo na sopa!
Contado ninguém acredita, Mas vou dar o meu melhor! Então que, como sabem, sou dirigente do CDCR Moinhos da Funcheira, clube que tentamos revitalizar com ginástica acrobática, karaté, Jiu-Jitsu, Zumba e arraiais para a comunidade (que continua divorciada cá do burgo....sinceramente). Então, que um dos senhores mais antigos da coletividade, daqueles que nos pedem para manter a tradição, pediu-nos também para organizar um torneio de sueca. Está certo. Vamos a isso. «Mas atenção, estão lá em cima os estatutos!» «Estatutos?» «Sim, temos de cumprir o regulamento da prova.» «Ah, há um regulamento para jogar às cartas?» «Pois, e tem de haver tipo um árbitro que é quem baralha as cartas.» «Sério? E é um dia de competição?» «Não, pelo menos três dias! Um fim de semana grande. Abrimos inscrições, fazem-se as equipas e depois tem de haver prémios.» «Está certo! Uma tacinha para o 1.º classificado? «Mais, pelo menos até ao terceiro lugar.» «Irra que isso ainda é caro [a malta é muito pobre]. Mas está bem.»
Lembra-se o dito associado: «Ah: importante, tem de haver um porco!» «Um porco?» «Sim, a assar para os jogadores.» «Então e que culpa tem o porco?», perguntei logo eu, desbocada, sem que o dito senhor achasse grande graça. «E quanto custa um porco?» «Uns cento e tal euros»
Aishhh
«Então e quando fazemos o torneio?» Sugeri eu: «Que tal nos feriados de 1 e 8 de dezembro que são sábados?» «Olha, pode ser», concordamos todos. Abro eu de novo a bocarra: «Então e mantemos o porco ou por ser mês de Natal pode ser perú?»
O senhor continuou sem me achar graça!
Alguém sabe regulamentos de sueca? Agradecida!
Agora que já passou o aniversário do meu Clube (Moinhos da Funcheira), assaltam-me a memória outras calinadas que eu, Elsa Marina de minha graça, insisto em protagonizar. 'Atão' que pensamos em fazer grande festa na Amadora, com rua fechada, palco com luzes e confettis e um grupo popular a fazer a malta dançar (ideias que logo esbarram nas dificuldades logísticas e burocráticas deste país que adora incentivar convívios e momentos culturais). Reunimos com o «Ponto final», nome de um grupo de senhores bem dispostos que até nos fazia preço de amigo para o bailarico- nós é que somos tesas que nem um pau e qual espetáculo qual quê!
Ainda assim recebemos o Ponto Final e mostramos-lhe as instalaçoes do nosso centro. Senhor havia de olhinhos fechados a falar comigo. Quando viemos para a esplanada, encalhei num pequeno degrau e lógico que vim parar aos pés do dito cujo que tentava perguntar-me se me tinha aleijado enquanto eu tentava parar de rir agarrada ao tornozelo todo escalavrado. «Está bem, menina? Então não viu isso? Já aí estava - olhe que até eu com 5 por cento de visão reparei que não podia encalhar aí!»
Fiquei mesmo a sentir-me patega. E depois, como só me saem alarveidades quando estou nervosa ou quando quero sair de alguma situação confrangedora, ainda me desculpei com o meu alvoreamento: «se nas notícias ouvirem que alguém se esbardalhou da varanda do clube, já sabem que fui eu», saiu-me, sem graça alguma. Desata a Caetana a chorar porque eu ia cair da varanda e morrer. Enfim, só mais uma (duas ou três) oportunidades para estar calada.
Decidi dar um novo rumo profissional à minha vida! Agora sou fadista!
Acham??? Por Dios! Tenho respeito à arte de bem cantar e muito amor ao fado para o maltratar dessa forma. Mas a dar pela fotografia, até parece, certo? E atentem no músico ao meu lado: o desgraçado já chorava de me ouvir! É que fui apresentar a Noite de Fados do meu Clube - o Centro Desportivo Cultural e Recreativo dos Moinhos da Funcheira que hoje faz 43 anos.
Sou sincera: gosto! Gosto é de falar! Se tenho jeito ou não, isso são outros quinhentos mas que me divirto, lá isso é inegável. A Noite correu muito bem: casa cheia, boas vozes...só dois pequenos objetos me estragaram a noite: o sapato direito e o sapato esquerdo! Mania de querermos andar todas empiriquitadas como se ficassemos melhor coxas e trôpegas a dar passo. Ainda me desiquilibrei escadas abaixo, agarrou-me uma senhora de idade que ficou a pensar que já me tinha jogado ao tacho da sangria. Mas para o que é normal em mim, até me comportei como uma grande senhora! A minha Gertrudes iria ficar contente comigo. Até passei o vestido a ferro!