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Bichanando

Onde uma sempre jovem quarentona limpa o cotão que tem no cérebro!

Bichanando

Onde uma sempre jovem quarentona limpa o cotão que tem no cérebro!

 

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Ir a Beja é sempre aquecer o coração . Verdade que já quase ninguém me conhece, nem eu conheço muita gente, verdade se diga! Mas sempre rio com o trato tão particular. «Um café, por favor.» «Quer um cafezinho?», respondem, sempre. «Uma garrafa de água...» «É mais uma aguinha!»
«Arranja-me umas Trident» - «Quais são as pastilhinhas?»
A resposta surge sempre em forma de pergunta, terminando em diminutivo...
Respostas foi o que não ouvi do típico alentejanito que lia o jornal atrás da minha mesa. Boina, casaco xadrez, lá se meteu com a minha Caetana, calando-se depois. 
«Mãe, o senhor está a dormir.»
«Não está nada,filha, está a ler o jornal.»
«Mas nunca mais passa de página?»
Até o ler leva o seu tempo naquela terra - ah, ah, ah!
A verdade- veja-se a fotografia - é que fiquei sem saber se, de facto, o bendito velhote adormecera, cambaleando para cima do jornal, ou se a leitura estava tão interessante que não conseguia despegar-se do periódico.
Saímos  e ele lá ficou. A fazer ou não uma sestinha, louve-se que naquela terra toda a minha gente conserva o hábito de ler o jornalinho. Bem hajam!
Tal não é a moenguinha...

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Prefiro levar uma sova de cinto a meter-me nestes dias de festa nas grandes superfícies. É que me comunica com o sistema nervoso. A malta parece que se transforma com a fuçanguice. Credo! Por Dios!
Mas o que tem de ser tem muita força (leia-se a minha amiga Susana Batista) e em vésperas de Natal lá fui até à Primark (passo a PUB que não ganho nada com isso, infelizmente). Deve ter sido a segunda ou terceira vez que lá fui mas assim que entrei recordei-me logo da primeira vez que entrei naquela gigantesca loja cheia de formigas de um lado para o outro (leiam-se pessoas). Pois que estava eu na Primark, há já uns bons anos, mergulhada numa pilha de roupa, quando o meu telemóvel tocou. Por norma não atendo números privados, para mais num sítio que parecia casa de loucos. Mas acabei por atender. «Estou, sim, quem fala? Quem? Vítor Serpa [diretor de A BOLA]... Deve ser, deve....Vá quem fala?», gritava eu, tapando uma orelha a ver se filtrava o ruído. E não é que era mesmo o diretor do jornal? Nunca me ligara e naquele dia quis dar-me os parabéns por uma entrevista que tinha feito ao Fittipaldi. Nem imagino, com tanta barulheira e brutidade, o que terá imaginado que eu estava a fazer....Nunca mais me ligou, curiosamente. Mas não deve ter sido por isso...

 

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 Já subscreveram o meu blog? É só colocar o vosso mail aqui ao lado, por baixo da minha fronhita...ou querem que me IRRRRITE? Hum?
Por Dios...

Há dois dias fui ter com a minha parceira Filipa Reis ao jornal A BOLA. Sinto falta daquela gente que sempre teve paciência para aturar as minhas pachouvadas. Foi quando ela me sugeriu que contasse mais uma das minhas calinadas nas longas, longas horas que têm 18 anos de lidação diária.
Na Travessa da Queimada, em pleno coração do Bairro Alto, ainda hoje existe uma mercearia na esquina. Na nossa altura de moças novas o estabelecimento pertencia ao senhor António. Éramos clientes assíduas, sobretudo para as belas das garrafas de água. Até que a mercearia fechou para obras. Assim que reabriu lá fui eu e a bela da Filipa. Eu, como muitas vezes não consigo pensar antes de falar, comecei com a minha inata simpatia. «Isto ficou muito engraçado. Está bonito, muito melhor... »
«Sim, pintamos, mudamos prateleiras, fizemos algumas transformações...»
«Bem, senhor António, de tudo o mais espetacular é o teto. Ficou bem giro, com esta madeira antiga trabalhada...»
Diz o senhor António: «Pois, o teto foi a única coisa que não mexi!»
A Filipa largou-se logo a rir e deixou-me lá, sem buraco, nem teto, onde me esconder.