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Bichanando

Onde uma sempre jovem quarentona limpa o cotão que tem no cérebro!

Bichanando

Onde uma sempre jovem quarentona limpa o cotão que tem no cérebro!

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Hoje é o teu dia....Pipa! E estarás a dizer Pipa é o ....! 
És única. Tão bruta! Afastas muitas pessoas com esse teu jeito brusco de ser mas aquelas a quem permites que acedam a ti, acarinha-las e guarda-las para sempre no coração. Eu tenho esse privilégio!
Quem nunca levou uma descasca da Filipa? Quem nunca ouviu um esbregue, rodeado de uns quantos imprompérios? Quem nunca ficou de cara à banda depois de uma boquinha que nunca fica sem resposta quando se trata de Filipa Reis? Não leva desaforos para casa, diz tudo como os malucos, tem o coração ao pé da boca e quem estiver por perto leva com os estilhaços!
Mas sabiam que a santa brutidade é também muito dócil e piegas? Já aqui contei várias histórias e peripécias com ela. Barracadas e bons tempos de jornal A BOLA.
Vou então contar-vos a sua fraqueza: a Pipa não pode ver agulhas, levar vacinas ou tirar sangue. Quase que desmaia.
Uma vez pediu-me para a acompanhar a fazer análises. Estava inquieta, nervosa, já sabia do seu medo mas nunca pensei em tamanho escândalo.... Entrou para o gabinete e poucos minutos passaram até vir a enfermeira à sala de espera: quem é o acompanhante de Filipa Reis? E salto de lá eu (acho que ficaram a pensar que éramos casal!) Lá fui para dentro...Estava a boa da durona prostrada na cadeira, a guinchar, a beber as lágrimas dos nervos e medo, cravando-me as mãos com força pedindo-me para a ajudar. Lá fiquei a dizer umas asneiradas a ver se a distraía - a falar do chefe Guerra, claro, entre outras cusquices e pantominices. Ora, quem havia de dizer que a brava Pipa conseguia ser um cachorrinho amedrontado?
Agora estás mais macia....e vais ficar ainda mais branda!
Que os teus filhos possam herdar o teu pêlo na venta que sempre invejei!
Parabéns amiga!

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Quem já não dançou o célebre comboio? Não falha nos casamentos, certo? (adoro um bom matrimónio e ninguém me convida!)

Liguei a rádio e lá estava essa grande música popular portuguesa! A última vez que me diverti neste ritual das bodas foi no casamento de um amigo meu do jornal A BOLA, de quem tenho saudades e ele não me liga nenhuma (eu e a minha veia Calimero!). No bendito comboio atrás de mim, seguia o meu amigo Hugo do Carmo, alentejano de Ourique, um paz de alma, o chamado grande gajo de quem também sinto muita falta (não que ele fale muito comigo - é tão calado que eu pergunto, dou as respostas e ele só se ri de mim!)
Então que o Carmo estava sempre a perder-se no comboio, nunca conseguia seguir agarrado ao meu ombro. «Atao Carminho, tens de acelerar pá!»
Olhei para trás, estava ele com cara de quem queria rir e não podia. É que o senhor atrás dele, que também  deveria agarrar-se ao seu ombro, não tinha mão, sendo complicado segurar-se em fila.
Rio-me da cara do Hugo do Carmo que já de si, dançar, foi enorme sacrificio, quanto mais com aquela especificidade!

Saudades vossas rapazes!