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Bichanando

Onde uma sempre jovem quarentona limpa o cotão que tem no cérebro!

Bichanando

Onde uma sempre jovem quarentona limpa o cotão que tem no cérebro!

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Ora cá está um belo miminho de pai. Quando chegas aos 41 e o teu pai te publica esta bela mensagem na cronologia percebes que de facto a genética é lixada. Sempre fui muito bem criada e feliz, ainda que nunca fôssemos de grandes lamechices lá em casa.
Quando miúdas os outros pais punham as filhas nos píncaros. Os meus muitas vezes só apontavam as nossas falhas. Não esqueço quando fiz história no liceu ao tirar o único 19 com o professor de história mais bera do estabelecimento. Corri para a loja do meu Bicho com o teste na mão: «pai, pai tive 19 a história!»
«Não fizeste mais que a tua obrigação!», respondeu-me, cortando-me logo as vasas. Até me vieram as lágrimas aos olhos. Mas sei que depois foi para o Clube da Pesca contar que a «sua mais nova» tinha tirado grande nota. Ter estado no jornal A BOLA foi para ele grande vaidade. Quando ia a Beja e encontrava alguém, logo dizia o meu Bicho: «esta está em Lisboa. Está na BOLA!»

Agora que conto as larachas da minha vida nesta forma digital e que por fim me descobre os podres e carecas, achincalha-me desta forma jeitosa publicamente. Atão, pai, sabes que mais?
Lembras-te de todo o prejuízo que te dei durante toda a vida com as dezenas de tranquitanas que te parti na loja atafulhada de coisas? Nem soubeste nem de metade....A Tóia (funcionária) encobria-me. Partia candeeeiros, biblots, pratos e canecas, ela embrulhava tudo em papel e ia logo deitar ao lixo. As contas que fizeste à minha falta de jeito estão muito por baixo....Não havia dia que não fizesse estrago ao chocar com a mochila nos teus pertences da Louça dos Compadres. E agora? Já não me podes por de castigo! Toma!

Ih ih ih ih ih !!!!!! (riso à Mutley!)

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Já vos pedi para subscreverem este meu blog? É só escreverem o vosso mail na caixinha debaixo do meu rasgado sorriso...

Bem,chega de lamechice que o que aí vem pode afetar os mais sensíveis!
Voltemos aos meus tempos de liceu, em Beja. Chegada a altura do baile de finalistas a azáfama era grande e a excitação gigantesca. Claro que, como nunca consegui ficar a leste de um happening, uma bela tarde decidimos pensar na logística do evento. E para o que me ofereci eu? Ajudar três amigos a carregarem uma arca congeladora daquelas gigantescas, rectangulares, de restaurante.
Também já vos falei da minha amiga Ana, minha sombra da juventude que agora já nem me fala (ficou importante...)?
Pois que, armada em campeã, já com a arca em ombros, faltaram-nos as forças para levantarmos o pesado mamarracho que me caiu em cima de um dedo. Confesso que nem senti nada mas, quando olhei para a mão...era um rio de sangue. Desunhara-me! Ou seja, a arca arrancou-me uma unha que apenas ficou presa por umas pelitas. Chamaram os bombeiros (vejam bem o despautério-a verdade é que os vidros ficaram espirrados de sangue com os solavancos e a cabeça do dedo solta).
A minha ex grande amiga ficou encarregue de ir avisar o meu pai, cuja loja - Louça dos Compadres-ficava, e ainda fica, a escassos metros do liceu (já agora cheia de utilidades, taças desportivas, equipamentos para casa e decoração - digam ao Bicho que vão da minha parte). A dita companheira, Ana de seu nome, era só tato:

«Sr. Bicho, a Elsa teve um acidente. Tem de ter calma! Ela foi levada para o hospital na ambulância. Não sei da gravidade mas foi esmagada por uma arca...»
O bom do Bicho saiu a correr.
Quando chegou ao Hospital já eu vinha a sair, apenas com um penso no dedo:
«Tiraram-me vocês da loja para isto????»