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Bichanando

Onde uma sempre jovem quarentona limpa o cotão que tem no cérebro!

Bichanando

Onde uma sempre jovem quarentona limpa o cotão que tem no cérebro!

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Ele há ideias e ideias! Esta captou-me a atenção! Aliás, sugou-me a atençãozinha toda. Vi nas redes sociais, publicado por um jornal, e logo decidi partilhar com vocês. Então parece que inventaram uma pulseira que, assim que estamos a comer mais que a conta, dá-nos uma descarga elétrica lembrando-nos que temos de parar. É ou não é o céu? Vá lá que não apita senão a malta devia parecer as casas de casamentos de  Las Vegas. Mas dava-me um jeitaço. Ainda que, no meu caso, precisasse mesmo era de um poste de alta tensão para fechar-me a boquinha- sim eu pareço um depósito, como diz a minha mãe. Então, frutos secos... Talvez fosse melhor toda a central só para mim...Mas olhem que não é grande sensação. Uma vez, era eu uma adolescente irresponsável, fui passar férias a Monte Gordo com amigos. Estavamos numa festa e decidi ligar o rádio (na altura usava-se) mas, inteligente, pus a mão nos fios descarnados. Levei um esticão daqueles.... Depois do jantar fomos para o Casino. Devia levar eletricidade no corpo e não é que assim que toquei numa slotmachine limpei aquilo?
Lindo aquele som do tilintar moedas! Os meus amigos, fixes, convenceram-me, depois, que tinha de gastar o dinheiro de jogo e paguei uma mariscada a todos. Tão monga...

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Estes calores de Outono só me lembram as minhas parvoeiras. E lá volto eu ao Parque de Campismo de Monte Gordo. A um qualquer verão (não abusem do meu disco rígido) em que fui de férias com a minha mana: a 'Zabelinha'. Também já vos disse que tenho de arranjar guito para fazer terapia e curar-me da minha claustrofobia galopante? E não é de hoje. Tenho dois pesadelos que sempre me perseguem: sonho que me caem os dentes ou que estou fechada, sem conseguir sair, muitas vezes sonho que estou enterrada. 

Tenho a impressão que foi esse o sonho que tive numa dessas noites de Monte Gordo. Estava a dormir numa tenda e alguém me deve ter fechado o fecho daquela moenga. Dá-me o fanico, a falta de ar, para mais a dormir e só despertei com a Zabelinha a gritar comigo: «Noca, cala-te. Cala-te. Que é isso?»

Já eu estava tenda fora, com a cabeça na areia, a rebolar-me à procura de respirar.
De manhã, as pessoas olhavam-me com ...curiosidade digamos. «Pudera, acordaste o parque com a berraria», disse-me a boa da Zabelinha. Olha que quem me ouviu, devia ter pensado boa coisa...

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Voltemos ao baú para contar-vos mais uma bela e marcante aparição minha.
Sempre fui moça recatada e tive poucos namorados. Tirando o Tói não mais namorei alentejanos (como é possível?). Então que, já mulherzinha, encantei um moço de Cascais que estudava em Beja. Num belo verão, estava eu acampada em Monte Gordo (claro), o moço quis que fosse à sua casa de férias conhecer os pais dele. Ó porra! Tive de dizer que sim, lógico.

Saí da praia mais cedo, tentei esticar um vestido azul e branco às riscas ao máximo e até lavei os ténis para parecer no mínimo apresentável e não calhandrona como muitas vezes critica a minha mãe. 

Acontece que antes de sair do parque de campismo deu-me a fome. Agarrei-me a uma lata de atum e, claro, que, sem querer,  derramei o óleo do atum pelas pernas abaixo. Não tinha tempo de trocar os ténis, acho que nem tinha outro calçado, e tentei disfarçar as nódoas ao máximo.

Chegada à casa dos 'sogros', que me receberam simpaticamente, estávamos nós naquela converseta de «ah, é alentejana, de Beja, ele fala muito de si... bla bla bla», diz a senhora: «Tenho de ir despejar o lixo. Cheira tanto a atum!»