Todas as histórias começam por era uma vez... Era uma vez uma alentejana chaparra que veio para Lisboa, deu em jornalista, lembrou-se, já na meia idade, que queria variar e fez um blogue para poder esparvoeirar (até rima - quem rima sem querer, é amado sem saber [ui]). Quando aqui estou a vingar-me nas teclas do computador, tenho a nítida sensação que todas as letrinhas têm apenas por destinatário eu própria. Mas fico tão contente quando dizem que me lêem!!! Ui - pareço um perú na véspera de Natal, de tão inchada, aproveitando a presente quadra para a analogia. Pois que às sextas há Zumba lá nos meus Moinhos. E tenho feito novos amigos (que é o meu passatempo predileto). Qual não é o meu espanto quando a Sónia Vasconcelos (a professora/tufão/poço de energia/ boneca articulada que nos dá aulas) partilhou com a classe que há uma outra aluna, de seu nome SUSANA FREITAS, que a primeira coisa que faz de manhã é ler o meu Bichanando. Ai que se me escavacam o meu pobre coração de camponesa. 'Atão' mas a rapariga parece normal??!!! Simpática, afável, divertida, comunicadora...qual será o problema dela? Não terá nada melhor que fazer? Ver as tragédias da CM, acompanhar os descasados dos Casados à primeira vista, atualizar-se quanto ao PIB, ver o Natal dos hospitais, ganhar a briga às velhinhas da fila do Pingo Doce? Será verdade? Fico tão, tão contente...Obrigada Susana. Feliz Natal. Escusas de retribuir os votos porque já me deste um Natalão!!!!
Aish....Aish......Aishhhhhhh!
Ontem não dizia mais nada ao ver as muitas e lindas mensagens que me enviaram por ocasião do meu 41.º aniversário. Atropelaram-me com carinho, esmigalharam-me com mimos e cilindraram-me com atenções. Tenho tanto mel que estou mais pegajosa que os balcões dos piores tascos!
Ainda tentei responder às primeiras felicitações mas depois doía-me até a cabeça do dedo de tanto apalpar o telemóvel.
Começou bem o dia. Fui levar a minha Caetana à escola, ternura de filha que começou a elogiar-me logo de manhã: «Ó mãe, estás tão bem, não és nada velha!» Chegadas à escola contou a toda a gente que era o meu aniversário. «A minha mãe tem 34 anos.» «A minha 32. » «A minha 28», diziam-lhe as coleguinhas. Sussurra-me ela: «afinal sempre já és velha!»
Agradecida.
Depois tinha combinado com uma nutricionista amiga de ver as pregas - aqueles valores para ver a massa gorda e outras coisas que tais que ainda nos deixam mais encucadas. É que nem me cheguei a por em cima da balança. Aquela tranquitana avariou sem me dar hipótese. Se calhar foi melhor assim. Ainda a balança para aí entrava no vermelho: danger, danger...é favor retirar o mamute!
Depois fui para a aula de Body Combat ser presenteada pelo meu bom e velho amigo João Pinto, com os seus piropos cada vez mais apurados: coisas como «são só peles a abanar», «há anos que andas aqui e estás nesse estado»; elogios do genéro que só me deixam inchada (sim que não sou gorda, sou inchadinha dos iogurtes!). O Pinto adora-me!
O dia terminou com uma valente dor de cabeça. Tive de agarrar-me ao Brufen, passo a publicidade, já vesga de passar horas mergulhada no telemóvel a ler as vossas mensagens.
Li todas. Vou precisar de mais 41 anos para responder.
Agora quero ver se para o ano conseguem fazer melhor. Se ainda cá estiver para vos azucrinar (porra!). Se não volto do além!