O Dedé faz hoje anos. O caçula da minha mana 'Zabelinha'. O benjamim dos Bichos de Beja. Um puto lindo, de expressivos olhos azuis e cabelo claro aos caracóis. O protótipo de um anjinho barraco que quando se passa...FUJAM! E o mais novo da trupe mas, meus amigos, põe tudo num virote antes de alguém conseguir dizer: o rato roeu a rolha de rum do rei da Rússia! Quando irado, cai sobre ele uma descarga tal que vai tudo a eito. Eu chego a dar uns passinhos atrás! Agora está um homenzinho (o tempo da foto de cima já passou) mas continua a ter bochechas apetecíveis, despertando-nos vontade de pegar nela, vira-lo ao contrário e babar-lhe aquele rostinho todo. Lógico que, entretanto, já tínhamos levado um enxovalho de murros e puxões de cabelo...As crianças são tão deliciosas!!!
Hoje o seu aniversário será diferente. Haverá bolo a assinalar a data mas nada de gente a bater a porta ou a chatea-lo com peúgas e pijamas embrulhados. Mas, a bem dizer, ele nem se vai importar. O Dedé nem gosta de festas de anos. Nem sequer é muito amigo de ir as festas dos outros, quanto mais ter de receber malta em casa a interromperem-lhe o Fortenite. O Dedé vai estar feliz. E isso é, realmente, o que importa. Agora, que este estropício do Covid nos está a espetar umas quantas estacas no coração, isso está... este realíssimo filho de uma grande besta! Estar hoje longe de Beja, do Dedé, do João, da minha irmã, pais e cunhado; sobretudo saber que a minha filha não vai poder abraçar o primo no seu aniversário é pua que se me encrava nas entranhas.
Tal não é a moenga!
Cuidem-se!
P. S. - Não, não emburreci de todo. O estropício do teclado não está a fazer acentos!....
Começou a Telescola. Pandemia? Pandemónio! Eu já só me rio com esta valente tourada e ainda agora começou. A minha Caetana está a levar aquilo a sério. Levantou-se bem disposta, ansiosa, cheia de genica... Deus a conserve. Depois, com o andamento da aula, começou a ficar impertinente com a tarefa de ter de fazer um horário...Dah, deixa lá isso, miúda. Aliviei-lhe a inerente pressão de uma situação nova, de tempos diferentes, de vivencia esquisita... Mas acho que fui muito branda. Bem, a miúda lá sossegou. Até demais. Até sair da casca.
-«Mamã, trazes-me uma chá?»
-«Aquece só minuto e meio.»
-«Ah- de frutos vermelhos.»
-«Agora não posso sair daqui que estou a estudar.»
-«E prepara já umas bolachinhas que vou ter fome daqui a pouco.»
-«E o almoço? Sabes que tenho de despachar-me que as 14. 30h tenho conferencia com a professora.»
-«Estás a acompanhar mamã?»
Mau...E rabinho lavado com água de malvas? Não queiras baixar a garimpa não! Estou bem tramada com esta ditadora de cabelo pelas costas, crente de que é valente mulher!
Tal não é a moenga!
Cuidem-se!
E em copo de plástico! Raio de sensação esta! Senti-me como se estivesse a atropelar a lei, a cometer o mais sério dos delitos, a prevaricar contra a humanidade. Por Dios! Farta de fazer almoço e jantar todos os santos dias (sempre pensei que tudo me acontecesse nesta vida, menos isto...), decidi ir a um restaurante take away buscar grelhados que já ando enjoada de tanta ervilha com ovos, massada de bacalhau e coisas do género.
Primeiro- voltei a pegar no carro. Lord! Senti-me como se estivesse a andar de balão! Que liberdade. Que saudades. Como é que um ato dantes tão trivial agora soube como se estivesse a fazer a atividade mais radical do mundo?
Cheguei ao restaurante - a 2 km de casa, hã?. PESSOAS! Iupiiiiiiiiiiiiii! Devia ter um sorriso tão parvo, tão grande, tão descabido que até me perguntaram se já era habitueé ou conhecida lá do sítio (acharam que eu era valente totó!)
E- loucura das loucuras - enquanto esperava bebi um café !!!!! Louvado seja Deus! Até em copo de plástico me soube ao mais exótico dos licores. Tão estranho. Há um mes e quinze dias que não me encostava a um balcão (maneira de dizer que cumpri com as regras de segurança).
Como é possível que um badamerdas de um vírus consiga mudar toda a sociedade, consiga mudar a vida como antes a conhecíamos e fazer-nos valorizar atos e gestos de que antes até nos esquecíamos de incluir no diário do nosso quotidiano? Isto virou-se tudo ao contrário e eu ainda não tinha aprendido a fazer pinos!!!!
Tal não é a moenga!
Cuidem-se!
Ainda me lembro da tua primeira tatuagem. Bem, se calhar não (nem tu, certamente... ) Isto para dizer que já lá vão uns anitos! Esta miúda- Venusa Claro- nasceu e deitaram fora o molde! É a instrutora de spinning com mais carisma, mais fogo, mais paixão pelo que faz que alguma vez existirá. O amor que põe nas aulas é contagiante. Fora do normal! A sua felicidade quando montada na bicicleta não tem comparação com nada! A mulher transcende-se a cada aula deixando cada um de nós em êxtase (isto soa um pouco a porno, ou não?) Há muito tempo que não pedalava a olhar para ela ( querem ver que me estou a esticar na pieguice?). Ontem deu uma aula on line, através do Facebook, lá longe na sua casa... Claro que o sainete não foi o mesmo. Não porque não se tenha empenhado ou porque foi uma Venusa diferente. Nada disso. Ela cantou, dançou, gritou, esbracejou, de certeza que apanha torcicolos de tanto rodar a cabeça encadeando-se com as batidas. Qual maestro perante a orquestra. É que é tal e qual! Impossível não se ficar com pele de galinha assistindo à sua satisfação (esta prosa está mesmo a ficar muito esquisita, hã!) A tipa é brutal! Aqueles gritos entram-se-nos , entranham-se-nos e ficam a ecoar cá dentro qual droga que vicia e nos deixa irritados sem a dose (calculo que assim seja que nunca fui muito dada a esses estímulos). Mas, verdade se diga, e falando em berros: quem nunca levou um arraso da Venusa não está preparado para as agruras da vida. Tão brutinha graças a Deus! Parece que a estou a ouvir: «fo##$%-se Bicho!» E pumba, um murraço! Só os reencontros nos mostram a verdadeira intensidade das saudades! Tal não é e moenga!
Cuidem-se!
P. S - Estás tão bonita nesta foto Venusa (estou melosa demais não estou? Isto não é nada normal... Levava agora uma galheta puxada atrás...)
Juro-vos que não sei como aguenta quem tem três, quatro e cinco filhos... Eu, com uma, já estou precisada de um implante capilar tantos os nervos de andar sempre atrás dela a dizer-lhe o mesmo: «Caetana arruma/ Caetana não deixes as luzes acesas/ Caetana limpa/ Caetana não sejas calhandrona (em bom alentejano!)» Quando me salta a tampa - e salta disparadíssima muitas vezes - , tiro-lhe o telefone. Acabam-se os whatsapps e Tik Toks. É o pior que lhe posso fazer. Vem, depois, a boa da moça, tentar amansar-me. -Mamã, vou arrumar as gavetas. - Ora aí está uma boa ideia que cada vez que lá mexes deixas tudo revolvido. -O que é revolvido? -Ai....
Dois minutos mais tarde... -Anda ver como ficou tudo arrumadinho mamã! -Caetana, então desdobraste as cuecas todas? Isto parece uma loja. Estavam todas dobradinhas... Para que foi isso? Ai se a tua avó Gertrudes visse!!!!! -Mas ela não vai saber porque tu não lhe vais contar! -Mas vou escrever no blog! -Mãe, por favor, não escrevas isto no teu blog . Toda a gente tem direito a sua 'parvoicidade'! (Ah, ah, ah, ah, ah...)
-Agora é que disseste algo acertado - parvoicidade. Deverá ser mistura de parvoíce e privacidade. Digo eu. Na cabecinha dela foi só tentativa de articular as palavras mais rápido que o raciocínio. Depois fica toda chateada quando me rio das tiradas dela. Minha Caetana é a maior! E está-se mesmo a ver que respeito a sua 'parvoicidade', né?
Tal não é a moenga!
Cuidem-se!
Conhecemo-nos no ginásio ( no nosso Fitness Hut)! Já nem me lembro quando! Mas servíamos de belo argumento para filme: três mulheres completamente diferentes que, algures, encontraram grandes afinidades. Hoje a Inês (morenaça à direita) faz anos. Está em casa com a filhota que também hoje faz um aninho sem que possa haver a algazarra e o babanço (vulgo apertões de bochechas) com que sempre se presenteiam bebés irresistíveis desta idade. Parabéns amigas! Maldito Covid que não me deixa ser 'tia' mais presente para a Catarina.
Conhecemo-nos no ginásio! Já nem me lembro quando! Mas isso também não interessa para nada. A Inês, apesar de mais nova que eu (pouco mais, hã!) sempre foi a mais adulta - a voz da razão, a dos conselhos sábios, a mais presente, a mais consciente, a que tem as palavras certas nas ocasiões indicadas; é quem mais nos dá na cabeça ( ela fala, fala e nós fazemos o contrário, mas tem sempre razão!)
A branquinha da esquerda é a voz do coração! Toda ela é mel, lamechice, meiguice, beijeiroquice e todas as 'ices' que se recordem. É a mais chorona, a mais sentimental, a mais sensível... É a Cindi!
Depois existo eu. Que sou a mais...eu! Assim, meio ....eu! Que tão depressa balanço mais para ser como...eu!
No dia em que tiramos a foto de cima, foram as duas fazer-me uma surpresa ao jornal A BOLA (quando ainda lá era jornalista), decidindo animar-me por que, na altura, estava a ter um qualquer dilema existencial, vulgo ataque de nervos à Bicho (qual era mesmo a minha macacoa? E estávamos tão magras, catano!) Enfim! Hoje o dia é da Inês, ex aventureira que metia a mochila às costas e rodava o mundo sozinha. Como a vida muda. Hoje aposto que está feita dona de casa a cozinhar o bolinho da filhota, despreocupada com as raízes brancas do cabelo (por acaso, aí, ganhas-me!), de calças de ganga e ténis mas cheia de charme, sempre a ser boa (a melhor) em tudo o que faz! Que tenhas dia imensamente feliz!!!!!! E quando te apanhar vou ter tantas saudades que vou ser uma... Cindi! Tal não é a moenga!
Cuidem-se!
Isto vai ser bonito, vai! Deus me dê paciência, porque se me dá força... Naturalmente brinco, ainda que, de vez em quando, a minha Caetana sinta os meus cinco dedos naquele befe! Mas é uma benção de menina (a ver se ela não me ouve)! Fechadas em casa há mais de um mês, um pequeno diálogo torna-se já na discussão mais pertinente das nossas vidas. Uma ligeira contrariedade é mais que suficiente para que se abram as comportas. E solta-se uma choradeira qual Maria Madalena em ponto pequeno.
Chegou, enfim, a hora DA conversa : (não aquela, ainda, de mãe para filha...por Dios) «Piqui (como lhe chamo): amanhã começa o terceiro período e volta a tua rotina. Tens de te levantar cedo e fazer os trabalhos que a professora mandar. De tarde tens os treinos (sim, faz ginástica on line com as amigas e a professora da acrobática - Deus a conserve que tem uma disposição para entreter as crianças...)» Resposta: - Sim, mãe! Sabias que hoje o Toni vai ser preso? -Quem? -O Toni da Nazaré. - Mau...estamos a falar da escola, de como já és uma mulherzinha, que tens de ter responsabilidade.. -É que parece que foi ele que matou o Felix! - Ai, 'atão' mas afinal estás a prestar-me atenção ou chateamo-nos já antes sequer de começar o terceiro período e a teleescola? - Está beeemmmmmm.....Mas a Nazaré também caiu numa armadilha e voltou para a prisão!
Vai ser muito complicado a menos que o Ministério da Educação seja sensível a esta temática e faça testes e a avaliação dos putos sobre a Nazaré (passe a publicidade à SIC). Fica a sugestão!