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Bichanando

Onde uma sempre jovem quarentona limpa o cotão que tem no cérebro!

Bichanando

Onde uma sempre jovem quarentona limpa o cotão que tem no cérebro!

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Era grande galo ter cirrose sem beber pinga de álcool!
Era grande galo ter icterícia com esta idade!
Confesso que começo a ficar preocupada. Querem ver que ainda para aqui tenho problemas de fígado?
Há uns tempos já que acuso falta de cor. E o que pensava ser maluquice minha, começa já a ser notado por amigos e outras pessoas que dantes de mim se acercavam.
As palmas das minhas mãos parecem de cera. E nem pressionando consigo que o sangue me avermelhe a pele. Ai se a minha Gertrudes me visse! Ela que nunca teve problemas em dizer-me na fuça quando me achava «engelhocada», feia, gorda, magra...'whatever'. Parece que a oiço gritar-me: «há cadáveres com mais cor que tu!». Mas agora que já passaram uns dias e continuamos a olhar, e já a subir, paredes, desconfio que a minha ictericia, ou lá o que é esta moenga, vá agravar-se. Há umas noites, na ronha com a minha Caetana - a nossa nova modalidade preferida (remédio)- diz-me a gaiata: «mamã, tens as solas dos pés tão amarelas!»
Uai - que isto está a espalhar-se galopantemente. É que nem os comprimidinhos de vitamina D, que tomo há meses por o meu corpo sempre ter dificuldade  em absorve-la diretamente do sol, me safam desta.
É daqui direta para Londres, para o Madame Tussaud. Ou será que o Governo poderá entender este meu problema como situação de emergência e reservar-me uma qualquer praia algarvia só para mim (uma qualquer que não sou esquisita nem ligo a luxos, só com o básico - massagens, um morenaço de olhos verdes a abanar-me e a servir-me pratos vegetarianos, muita beterraba e quiche de brócolos)?

Tal não é a moenga!

Cuidem-se!

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Mais alguém se tem digladiado por estes dias com o São Pedro que anda um bocado chorão e que em 24 horas nos brinda com as quatro estações do ano?
Ó amigo, já não me meto contigo. Ganhaste! Fica lá com a bicicleta. Eu que até consulto todas as noites e metereologia para saber que farpelas escolher lá em casa, tenho apanhado belas 'entaladelas', como diz o meu pai Bicho. Dia de sol: vesti branco e sapatilhas. A meio da tarde uma bela descarga que o Santo lá de cima deve ter tido um desgosto daqueles. Dia seguinte: previsões de dilúvio - botas e casacão e um calorzão que o tempo abriu. Raios! Pensei, já não me enganas ó gordinho! Levei o kit temporal no carro. Assim que começou o céu a querer chorar, fui à bagageira buscar as botifarras e o kispo. Dissiparam-se as nuvens, voltei a desfardar-me. Ia eu a rir-me do lá de cima quando me lembrei de bater as botas para não as guardar todas enlameadas. Depois de ter andado a saltar por cima das poças fui escorregar, precisamente, no sítio mais seco que devia ter óleo. Badummmmm! Uma daquelas porradas secas que até se nos levantam os pés à frente, caindo desamparada! Fez um estrondo daqueles!!!!
Levantei-me, toda seleta, ninguém viu....Nunca mais me meto com o Santo!