É a maior! Quem havia de ser? A minha mãe Gertrudes! Como é que eu não havia de ser acelerada nas horas....Minha pobre filha que é bem pior que nós as duas juntas. Fui a Beja passar o fim de semana, altura em que a Tuta (Gertrudes) não sai da cozinha. Não me perguntem porquê...Faz sopas, faz o prato preferido de casa um, enfim! Estavamos as duas a conversar na cozinha e ela a mexer nos tarraços - ao tirar o cace de dentro da sopa era ver espinafres a voarem e a aterrarem no chão. «Ficaram enleados na colher», explicava-se. A saga continuou na altura da fruta. A partir meloa madura para a netinha e ao querer tirar-lhe as pevides, saltavam sementes por cima das nossas cabeças tal a forma frenética com que distribuía as fatias. Fiquei um pouco mais a conversar com o meu pai enquanto a Gertrudes lavava a loiça. Desisti quando olhei para o braço e estava cheio de bolinhas do detergente. É assim a minha Gertrudes. Assim sou eu! A minha Caetana?... Quem batiza furacões e intempéries? Ainda cheguei a pensar ter mais filhos! Mas Lisboa não precisa de outro terramoto! Tal não é a moenga...
Algum dia tinha de acontecer! Andar com uma caixinha de plástico cheia de sopa a dar a dar num saco de pano só podia dar porcaria, certo? É que tinha comida em casa para a miúda e decidi comprar só uma sopinha para o meu jantar - quando sou eu a fazer em casa, faço sempre tachadas tão grandes que as sopas acabam por ir fora, já azedas. Eu até penso bem mas 'atão'... Escusado será dizer que, quem me vendeu a bela da sopa, também podia ter fechado melhor o púcaro. Assim que cheguei ao parque de estacionamento, havia sopa amarela por todo o lado. A poça que ficou no chão parecia vomitado. Foi o que terá pensado o velhote que estacionou no lugar ao lado. «Está tudo sujo», dizia eu, a tentar desmarcar-me daquilo. «Há pessoas que valha-me Deus», resmungava ele. E com razão. E eu concordava: «Sujavam, limpavam, caramba...» Só espero que o senhor não me tenha olhado para os pés.....
E jantei iogurtes!
Tal não é a moenga....
Valha-me Deus que iniciei o caminho sem retorno! Tantas vezes que ralho com a minha Caetana - come como deve ser, devagar que ninguém te vai tirar o prato, fecha a boca que pareces uma máquina de lavar, não metas tanta comida ao mesmo tempo, dá para não te babares a comer a sopa... Acreditam que estou com uma certa dificuldade em comer o belo e nutritivo liquido de que sou tão fã? Não sei se tenho a boca dormente, se já vou com a colher à boca com esta ideia fixa de babar-me, a verdade é que quando dou por mim espirro espinafres por todo o lado... Lembro-me logo quando, ainda no jornal A BOLA, ia jantar com a malta à salinha do quarto andar. Lógico que todos gozavam comigo devido às minhas saladas, sopas e pratos verdes. Naquela noite tinha tomates cherry. Sentei-me à frente do Ricardo Quaresma, chefe de redação que tinha uma bela camisinha branca. Assim que cravei os caninos nos ditos tomates - foi de esguicho! Sujei o desgraçado que tantas me aturou! E depois para eu parar de rir?
Tal não é a moenga!
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