Ora, cá está! Pois que a notícia acima não é grande novidade, certo? Acontece que, em tempos de isolamento, sem muito para fazer, com a malta entediada... Bem: das duas, três: ou fartamo-nos todos uns dos outros ao ponto de já nem conseguirmos ouvir as nossas vozes sem ficarmos com urticária (o que me rio com os memes e parvoíces, vídeos e cenas, que a malta inventa...é preciso ser-se muito inteligente para conseguir 'brincar' com situações de crise), ou a coisa corre bem e olhem - desata tudo a reforçar o sistema imunitário!
Neste caso, tenho cá para mim que em dezembro vão nascer muitos putos de nome Covid! Agora outra dúvida: é certo que os casais que estão em casa, que dividem paredes, manterão a sua vida íntima e aí, a história do metro de distância passa a ser tanga. Também já vi imagens nas redes sociais de um adaptado Kama Sutra em tempo de quarentena e distanciamento. Mas aquilo é para gente normal ou para contorcionistas? Por Dios! Ainda para mais, com o pessoal a reduzir a atividade e a forma física...ainda se aleijam!
Bem, melhor voltar a pensar no que fazer para o jantar....
Tal não é a moenga...
Cuidem-se!
Reforcem-se (do mal o menos)!
E o impensável aconteceu! Cristo! Por Dios! Estou a ficar tão enferrujada, tão enferrujada que já não consigo converter em palavras a velocidade do meu raciocínio. Não vos acontece? Quererem dizer qualquer coisa que já não sai? Ficarem a gaguejar quando apenas querem pedir uma faca, um guardanapo? Isto é gravíssimo! Não sei como vou sair disto... Cheché, certamente!
Lembrei-me logo de fazer trava línguas - aquelas cenas em que temos de dizer palavras difíceis rápido e seguidas, género: «num ninho de mafagafos há sete mafagafinhos, quando a mafagafa gafa, gafam os sete mafagafinhos....»
É que no último dia do meu curso de espanhol - sim, 'cariños', que estava a «tener classes de español», antes desta porra toda-, estive a fazer este tipo de exercícios na «lengua de nuestros hermanos». E eu era tão boa naquilo! Ria-me sozinha! Mesmo croma. Estão a imaginar-me, certo? Toda feliz, eufórica como só eu consigo ficar com parvoíces e trivialidades, de conseguir dizer aquilo tudo rápido, sem me enganar. Agora, nem consigo já dizer o meu nome todo sem trocar o Galamas por Galamba. Quero a minha vida de dondoca de volta! Queixava-me, queixava-me - era feliz e não sabia! Quantos de vocês já pensaram como eu: tanto que deixei de fazer, tanto que deixei de dizer? Agora cai a ficha! Saudades! De rir de vontade! De ser papagaia! De vos azucrinar o sentido com toda a minha alentejanice e inconveniencia!
Tal não é a moenga....
...A aranha arranha a rã. A rã arranha a aranha. Nem a aranha arranha a rã, nem a rã arranha a aranha...