Um destes dias cheguei a casa com o tifo, como diz a minha Gertrudes. Angustiada, pensativa, receosa, macambúzia. Coisas cá da vidinha que nos moem, moem, moem...Estava eu a sentir pena de mim própria quando fui buscar a Caetana à escola.
Mas depressa percebi que há chatices e imbróglios tão piores que os meus: «Passo-me mamã, passo-me! O Zé Pedro só me dá beijos com força. Digo para parar, ele nada. Ando sempre atrás de mim e depois com aquela brutidade, aleija-me. E sabes que mais? O sossegadinho do Asael, de quem tu gostas tanto? Roubou-me a mochila e quando lha pedi atirou-a ao ar. Se tivesse vidro partia-se tudo! E ainda me roubou o lápis e quando mo devolveu foi sem o shopkin que eu lá tinha. Passo-me! Para mais, a Vânia, tu não acreditas, mas está sempre a dizer-me que só lhe apetece dar-me chapadas. Hoje ela e a Carolina estavam contra mim. Estavamos a fazer uma história, eu não me lembrava das personagens, perguntei-lhes e elas não me quiseram dizer só para me fazerem sentir mal!»
Ufa.
«Mamã, como foi o teu dia?», perguntou-me. «Foi top filha. Foi espetáculo....»